Homens são presos com cerca de 500 sachês de 'melzinho do amor' no DF

Dois homens foram presos na tarde de ontem após serem flagrados vendendo a substância conhecida como "melzinho do amor" na Rodoviária Interestadual de Brasília.

O produto é proibido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a suspeita é de que traga doses não confiáveis de sildenafila, substância vasodilatadora encontrada no Viagra e genéricos —medicamentos devidamente autorizados.

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Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, os homens estavam no terminal rodoviário por volta das 13h30 quando ocorreu a apreensão. Ao todo, eram 36 caixas, com aproximadamente 500 sachês. Cada um, segundo as autoridades, era comercializado por R$ 25. Os vendedores informavam que o conteúdo era equivalente a quatro pílulas de Viagra. No entanto, a Polícia ainda não confirmou a informação.

O laudo preliminar já detectou que o produto tem o mesmo princípio ativo do Viagra e do Cialis. Agora, as autoridades aguardam o laudo do Instituto de Criminalística para confirmar a quantidade exata da substância em cada sachê.

Os homens não foram identificados e, por este motivo, o UOL não localizou as defesas deles. O espaço segue aberto para manifestação.

'Melzinho do amor'

O Melzinho do amor, melzinho árabe e melzinho da revoada são alguns dos nomes do produto que viralizou entre os jovens que procuram um "estimulante sexual". Os rapazes comparam com o efeito de um Viagra — remédio devidamente autorizado e dedicado apenas ao público masculino. Já as mulheres relatam "um calor" a mais.

A Anvisa já informou que não há um conhecimento real dos componentes destes produtos, que podem causar danos à saúde.

De acordo com Marcelo Miranda, endocrinologista do Vera Cruz Hospital (SP), em entrevista a VivaBem, não há nenhuma evidência de que esses produtos ajudem na estimulação da libido. A sildenafila é uma das possíveis substâncias encontradas, mas que não tem a função de aumentar a libido em si.

"Preocupa a possibilidade de ter mais substâncias ainda não identificadas, principalmente as estimuladoras, que sobrecarregam o coração ou que comprometam o comportamento cerebral."

Em doses erradas, o produto pode causar dor de cabeça e queda de pressão arterial. Além disso, a interação medicamentosa com componentes do produto pode ser fatal para pessoas com problemas cardíacos.

A venda do produto já atinge diversos estados brasileiros. Em novembro do ano passado, dois proprietários de sex shops foram presos em flagrante em Paulínia, na região de Campinas (SP), pela comercialização do melzinho do amor. Os responsáveis, de 38 e 40 anos, atuavam em estabelecimentos no Jardim Planalto. Os dois foram liberados após pagamento de fiança.

Já em julho do mesmo ano, a apreensão ocorreu na Aduana da Ponte Internacional da Amizade, na divisa entre Foz do Iguaçu e Cidade do Leste, no Paraguai. Na ocasião, a Polícia Federal apreendeu 120 caixas do produto, equivalente a cerca de R$ 36 mil na época.