Senado aprova apuração de ações contra o garimpo ilegal em terra Yanomami
A comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou ontem um requerimento que pede a realização de diligências externas para apurar as ações de combate ao garimpo ilegal em uma terra indígena Yanomami em Roraima.
Segundo o requerimento, de autoria do senador Humberto Costa (PT-PE), "trata-se de uma comunidade que convive com fome, morte, desassistência, abandono do governo". "A crise humanitária que atinge a comunidade Yanomami é ainda agravada pelo avanço do garimpo ilegal", diz o texto aprovado pelo órgão colegiado.
Com o requerimento aprovado, a previsão é que as diligências sejam realizadas no dia 12 de maio.
Na justificativa para o envio de equipes para fazer o acompanhamento das ações do governo na região, o parlamentar afirma que "a violência provocada pelo garimpo ilegal tem avançado sistematicamente nos últimos anos". O texto cita o relatório "Yanomami sob ataque", divulgado pela Hutukara Associação Yanomami (HAY), que estima haver 20 mil garimpeiros explorando ilegalmente a região.
"Os impactos do garimpo não se restringem àqueles observados nas florestas e nos rios. O garimpo ilegal desenfreado está disseminando doenças infectocontagiosas, está dizimando uma das principais comunidades tradicionais do nosso país, está apagando da história um marco da cultura original do Brasil", acrescenta o senador Humberto Costa.
Aldeia Yanomami queimada
Nas redes sociais, um dos assuntos mais comentados nos últimos dias é a queimada de uma comunidade Yanomami em Roraima. Os internautas estão usando a expressão a pergunta "cadê os yanomamis?" para questionar onde foram parar os indígenas que moravam no local, que é o mesmo onde uma menina de 12 anos teria sido estuprada e morta.
"Os garimpeiros invadiram a comunidade do Arakaça, onde vivem mais ou menos 30 yanomamis. Tinha uma mulher mais velha com a adolescente e uma criança. Os garimpeiros invadiram e raptaram eles. A adolescente foi violentada até a morte. A tia tentou proteger ela e a criança, mas os garimpeiros jogaram a criança no rio. Ela está desaparecida. Não sabemos ainda se essa tia também foi violentada", disse Júnior Hekurari Yanomami.
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