Policial vai reagir, diz Garcia após fala de 'bandido vai levar bala'
Rodrigo Garcia (PSDB), governador de São Paulo, participou da sabatina UOL/Folha hoje e explicou melhor a frase que ele soltou mais cedo, quando disse que "bandido que levantar arma vai levar bala". Garcia disse que essa ordem faz parte da Operação Sufoco da Polícia Militar.
"Eu disse que bandido que cometer crime vai ser preso e quem levantar arma vai tomar bala. Acredito que a polícia deve e vai reagir contra o crime. Bandido que não quer ser morto, que não reaja quando for abordado. Isso é defender a vida do policial e fazer com que, dentro dos limites da lei, ele possa reagir", declarou o governador.
Ele também comentou que mudanças feitas no comando da PM foram uma mensagem de renovação no combate ao crime, porque estamos em um "novo momento", segundo ele. "A quadrilha do Pix não existia há um ano. Esse volume de roubos de celulares não existia. É um processo evolutivo, não posso imaginar que vamos fazer mais do mesmo."
Como será a operação
O efetivo diário de policiais, até então de 5.000 por dia na capital, será quase dobrado para a Operação Sufoco. Com o reforço nas ruas de 4.740 agentes contratados a partir de jornadas extras na Polícia Militar, Guarda Civil e Polícia Civil, haverá intensificação de ações, como vistorias de veículos nas ruas.
A ação contará com 1.500 viaturas adicionais, cinco helicópteros da PM e um da Polícia Civil em um investimento mensal de R$ 41,8 milhões para pagamento das jornadas extras e do uso dos veículos —R$ 30 milhões serão repassados pelo governo de São Paulo, e o restante será bancado pela prefeitura da capital paulista.
As ações, que começaram hoje na capital paulista, serão estendidas para a região metropolitana de São Paulo e para os municípios mais populosos do interior.
'SP não vai andar na garupa de ninguém'
Ao falar sobre as discussões para a escolha de um único nome pela chamada "terceira via" para as eleições nacionais, Garcia disse que é preciso "dialogar muito com o centro" para que o país tenha chances de uma alternativa à polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e negou que esteja contra João Doria (PSDB).
"Vou lutar enquanto agente político para manter centro político unido para ter único nome e esse nome passe a ter chances reais para quebrar a polarização. Defendo que o nome do PSDB seja escolhido, mas vamos submeter o nome do João a decisões desse grupo, que são avaliadas por pesquisas quantitativas e qualitativas", declarou o tucano.
Nos bastidores, alguns políticos dizem que a escolha de Doria para representar o grupo formado por PSDB, MDB, Cidadania e União Brasil pode atrapalhar as eleições de Garcia em São Paulo. Segundo o Datafolha, 66% dos paulistas não votariam num candidato indicado pelo ex-governador.
Não sou candidato de A ou B. Sou candidato da minha história e por tudo que penso. São Paulo não vai andar na garupa de ninguém nas eleições nacionais. Tem o debate nacional, mas não se trata de discutir o Brasil aqui."
Rodrigo Garcia (PSDB), governador de SP e pré-candidato à reeleição
'Cracolândia'
Ele disse que é um "problema crônico" e apontou que houve uma mudança recente: os dependentes migraram para a praça Princesa Isabel e ficaram mais visíveis. Mas, segundo ele, o número de pessoas na "cracolândia" diminuiu.
"Não vou desistir [da 'cracolândia']. O que couber ao governo, estou fazendo. Não só com mais vagas aos dependentes em comunidades terapêuticas, mas também com ação policial. Na [praça] Princesa Isabel, eles têm visibilidade maior do que tinham na [alameda] Dino Bueno, mas, se medir o número do fluxo, é menor do que há seis meses", afirmou.
Não é uma tarefa simples. Já vi gente prometendo que vai acabar com a 'cracolândia' em dois ou três anos, mas é uma luta permanente. Se você não criar alternativas de nova vida ao dependente, ele não vai sair das drogas. Você faz tratamento, mas na saída não tem ninguém da família aguardando, então ele volta para ruas e para a dependência."
Rodrigo Garcia, governador de SP e pré-candidato à reeleição
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