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Quem são as vítimas do PM que matou oito pessoas no Paraná

O soldado Fabiano Garcia com a esposa e os três filhos. Ele matou os familiares e cometeu suicídio - Reprodução/Facebook
O soldado Fabiano Garcia com a esposa e os três filhos. Ele matou os familiares e cometeu suicídio Imagem: Reprodução/Facebook

Stella Borges

Do UOL, em São Paulo

15/07/2022 13h07

Um policial militar matou oito pessoas na noite de ontem, na região oeste do Paraná. Entre as vítimas estão seis familiares dele — a esposa, a mãe, o irmão e os três filhos. Após cometer os crimes, ele se suicidou.

O soldado Fabiano Junior Garcia, 37, foi descrito por amigos como uma "pessoa tranquila", "excelente profissional e pai" e "de conduta ilibada". Ele estava na PM do Paraná desde 2010 e atuava no 19º Batalhão de Polícia Militar de Toledo, onde era "muito bem-quisto", segundo o coronel Hudson Leôncio Teixeira, comandante-geral da PM no estado.

Atualmente, o soldado trabalhava como "motorista do oficial de serviço", uma função de confiança dentro da corporação para qual são escolhidos os "melhores policiais", relatou Teixeira.

Segundo a PM, ele não tinha histórico que pudesse indicar problemas psicológicos. Conforme o coronel, Garcia enviou áudios a familiares e amigos apontando o fim do relacionamento com a esposa, Kassiele Moreira, 30, e dívidas como a motivação para os crimes.

Garcia era natural de São Miguel do Iguaçu (PR) e nas redes sociais se apresentava como "policial militar, casado com uma mulher maravilhosa e pai de três filhos".

Kassiele e Garcia eram casados desde 2012. Ela era manicure e foi descrita por uma amiga como uma "mãe maravilhosa, com o coração fantástico". O casal tinha dois filhos, Kamili, 8, e Miguel, 4. Garcia também era pai de Amanda, 12, fruto de um relacionamento anterior. Os três filhos foram assassinados.

Nas redes sociais, a irmã de Kassiele postou uma homenagem a ela e aos sobrinhos. "Minha amada irmã como te amo. Você sabe disso, tudo que passamos juntos. Miguel, meu amor a dinda te ama tanto. Amanda, nossa menina. Kamili, quem vai me chamar de 'tia você tá linda'. Tá doendo e eu não pude nem dizer adeus."

Kassiele Moreira com os dois filhos e a enteada - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Kassiele Moreira com os dois filhos e a enteada
Imagem: Reprodução/Facebook

Além dos filhos e da esposa, o PM também matou a mãe, Irene, 79, o irmão, Claudiomiro, 50, e duas pessoas desconhecidas, que segundo a polícia, foram escolhidas aleatoriamente na rua: Kaio Felipe Siqueira da Silva, 17, e Luiz Carlos Becker, 19.

Kassiele e os dois filhos serão velados na tarde de hoje em São Pedro do Iguaçú, segundo familiares.

O crime

Os assassinatos ocorrem entre a noite de ontem e madrugada de hoje nas cidades de Toledo e Céu Azul, no oeste paranaense. Segundo a PM, Garcia trabalhou normalmente antes de cometer os crimes.

Inicialmente ele matou Kassiele e Amanda na residência do casal, em Toledo. Na sequência, foi a um imóvel em outra rua da cidade e matou a mãe a facadas e o irmão a tiros.

Já na cidade de Céu Azul, a cerca de 65 km de Toledo, o policial matou a tiros os dois filhos mais novos, que estavam na casa dos avós maternos.

Ele retornou a Toledo, onde matou dois homens que não conhecia e que passavam por uma rua da região. Ao retornar para casa, Garcia se deparou com uma equipe da PM que prestava atendimentos no local onde ele havia matado a mulher e a filha. Ele então passou em baixa velocidade pelo local e, após estacionar o carro, disparou conta a própria cabeça, segundo os policiais.

Equipes de socorro foram acionadas, mas apenas puderam constatar o óbito do soldado, que estava com uma arma de fogo funcional, munições e carregadores, além de uma faca que possivelmente foi utilizada no homicídio da mãe.

Em nota, a Polícia Civil do Paraná informou que as delegacias das duas cidades onde ocorreram os crimes instauraram inquéritos policiais e realizam diligências para apurar a motivação dos fatos.

A Secretaria da Segurança Pública do Paraná disse lamentar o caso e informa que as Polícias Civil, Militar e Científica "não medirão esforços para apurar a motivação dos fatos."