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Policial militar mata seis familiares e outras duas pessoas no Paraná

Stella Borges

Do UOL, em São Paulo

15/07/2022 10h16Atualizada em 15/07/2022 13h25

Um policial militar matou oito pessoas, seis da própria família, entre a noite de ontem e a madrugada de hoje nas cidades de Toledo e Céu Azul, no oeste do Paraná, e se suicidou na sequência.

O soldado Fabiano Junior Garcia, 37 anos, trabalhava no 19º Batalhão de Polícia Militar de Toledo e estava desde 2010 na corporação.

Segundo a PM, ele não aceitava o fim do relacionamento com a esposa, Kassiele Moreira, 30. Além dela, Garcia matou a mãe, o irmão, os três filhos, com idades entre 4 e 12 anos, e duas pessoas desconhecidas.

Conforme informações da polícia, Garcia matou Kassiele e a filha mais velha Amanda Mendes Garcia, 12, na residência do casal, em Toledo.

Em seguida foi a um imóvel em outra rua da cidade e matou a mãe Irene, 79, a facadas, e o irmão, Claudiomiro, 50, além de matar mais duas pessoas que, aparentemente, foram escolhidas aleatoriamente: Kaio Felipe Siqueira da Silva, 17 e Luiz Carlos Becker, 19.

Já na cidade de Céu Azul (cerca de 65 km de Toledo), o policial matou a tiros seus dois filhos mais novos, Miguel Augusto da Silva Garcia, 4 e Kamili Rafaela da Silva Garcia, 8. Eles estavam na casa dos avós maternos.

O militar teria então retornado para Toledo e se deparou com uma equipe da PM que prestava atendimentos no local onde ele havia matado a mulher e a filha. Ele então passou em baixa velocidade pelo local e, após estacionar o carro, disparou conta a própria cabeça, segundo os policiais.

Equipes de socorro foram acionadas, mas apenas puderam constatar o óbito de Fabiano Garcia, que estava com uma arma de fogo funcional, bem como munições e carregadores, além de uma faca que possivelmente foi utilizada no homicídio da mãe.

'Excelente' profissional

Segundo a PM, ele trabalhou normalmente ontem, antes de cometer os crimes, e deixou o plantão por volta das 19h.

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Hudson Leôncio Teixeira, disse, em entrevista coletiva, que o policial mandou áudios para amigos e familiares no intervalo entre as mortes. Segundo ele, Garcia não aceitava o fim do casamento e tinha algumas dívidas.

"O que deu a entender como fator de motivação para toda essa tragédia foi a separação dele, que ele não estava aceitando a separação", afirmou.

Segundo Teixeira, o policial foi descrito por colegas como um "excelente" profissional. "A função que ele exercia, que era motorista do oficial de serviço, era uma função de confiança, são escolhidos os melhores policiais para essa missão. Não tinha nada que desabonasse a conduta do soldado Fabiano."

A PM informou ainda que o policial não tinha histórico que pudesse indicar problemas psicológicos.

Em nota, a Polícia Civil do Paraná informou que as delegacias das duas cidades onde ocorreram os crimes instauraram inquéritos policiais e realizam diligências para apurar a motivação dos fatos.

Perícias foram realizadas nos locais e equipes de investigação seguem na coleta de informações para estabelecer a dinâmica dos fatos.

* Com informações do Estadão Conteúdo