Topo

Esse conteúdo é antigo

Aluna perde parte da audição após bomba explodir a seu lado no CAp UFRJ

Colégio de Aplicação da UFRJ, no Rio - Reprodução/CapUFRJ
Colégio de Aplicação da UFRJ, no Rio Imagem: Reprodução/CapUFRJ

Saulo Pereira Guimarães

Do UOL, em São Paulo

17/07/2022 15h22

Uma aluna de 13 anos perdeu parte da audição de seu ouvido direito após uma bomba explodir ao seu lado no último dia 1º, durante a final de um campeonato de futebol no CAp UFRJ (Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro).

"Diligências estão em andamento para identificação do responsável pela explosão do artefato", afirmaram, por e-mail, representantes da Polícia Civil. De acordo com eles, o diretor da escola será intimado a prestar depoimento sobre o caso.

Gabriella Cardoso tem 13 anos e fez exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal neste sábado (16). Em entrevista ao telejornal RJ1, ela relatou ter sentido uma dor muito forte logo após a explosão. Horas depois, a jovem percebeu que não ouvia mais no ouvido direito.

Exames posteriores apontaram perda auditiva de grau profundo. A família da jovem informou o colégio sobre a situação e Gabriella foi encaminhada para tratamento no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho.

Em nota, a Polícia Civil informou que vai solicitar imagens do local para maiores esclarecimentos. O caso foi registrado na 15ª Delegacia Policial (Gávea).

Colégio afirma que acompanha caso de perto

Em nota, o CAp UFRJ informou que fez contato com os responsáveis por Gabriella logo após a explosão e se manteve informado sobre o quadro da menina para avaliar os encaminhamentos pertinentes.

"Com a informação de que haveria a possibilidade de comprometimento da audição de um ouvido, a escola encaminhou a estudante para consulta e exame de audiometria no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho", afirma o texto.

Além disso, a direção geral do colégio afirma que se reuniu com a família de Gabriella para "acompanhamento da questão e acolhimento" e que a estudante tem novo atendimento marcado nesta segunda-feira (18) no hospital universitário.

"O CAp está comprometido de modo profundo com o acompanhamento clínico e psicológico da estudante e seguirá envidando todos os esforços para que seja possível estabelecer um diagnóstico sólido do comprometimento e, confOrme a avaliação especializada, tomar providencias que possam minorar o grave problema", diz a nota do CAp UFRJ.

Quanto à questão disciplinar, o colégio informa que formou uma comissão para compreender o que aconteceu e apurar autoria dos fatos. Além disso, três alunos do CAp UFRJ foram suspensos por 10 dias por envolvimento no episódio.

"O CAp tem expressado sua solidariedade ativa com a estudante e sua família, priorizando o cuidado com a saúde auditiva da estudante. O processo de apuração e esclarecimento das circunstâncias seguirá em andamento, mediado por ações pedagógicas. Atos violentos não são tolerados por uma escola que possui responsabilidades de formação de novos docentes e de formação de cidadãos comprometidos com a democracia", declarou por meio da nota a direção geral do CAp UFRJ.

Família reclama de falta de atitude da escola

Em e-mail encaminhado ao UOL, o pai de Gabriella Cardoso, Luiz Cláudio Cardoso, afirma que houve falta de socorro e comunicação com a família por parte do Colégio de Aplicação. "A escola não prestou socorro nenhum e só me comunicou o acidente três horas depois da explosão. Mandou ela para casa sem assistência nenhuma", afirmou.

Segundo o genitor, a ação da unidade de ensino só teve início após um laudo de uma clínica particular atestar a gravidade da lesão sofrida e da pressão de um grupo de pais de alunos, que teriam sido informados de que não seria possível identificar quem soltou a bomba no local.

"Quanto à questão disciplinar, a escola nos informou que não era possível identificar o responsável. Então faria conversas sobre o grande equívoco que era soltar bomba na escola", afirmou Luiz Cláudio.

O colégio chegou a anunciar a suspensão de três estudantes por envolvimento no caso, o que o pai de Gabriella afirma que "só aconteceu depois que eu informei a decisão de registrar ocorrência na polícia".