Instrutor de academia é morto por pai de estagiária; defesa relata agressão
O educador físico Nelson Ré Soares, 29, foi morto a tiros pelo pai de uma estagiária da academia em que trabalhava em Araras (SP), na noite da última sexta-feira (22). O homem foi atingido por três disparos, segundo nota da SSP (Secretaria da Segurança Pública) encaminhada ao UOL.
Os disparos teriam ocorrido após a estagiária ter sido perseguida na academia e supostamente levado um soco de Soares, segundo o advogado Rafael Schimidt, que defende o autor dos disparos, o pai da estagiária, de 42 anos.
De acordo com a Polícia Civil, o instrutor chegou a ser atendido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas não resistiu aos ferimentos. O autor dos disparos foi preso em flagrante.
"A pistola utilizada no crime, além de outra pistola que pertencia ao indiciado — ambas com autorização por registro de CAC (Certificado de Registro Pessoa Física - Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), foram apreendidas", afirmou a corporação
O homem foi solto após audiência de custódia no sábado (23) sem o pagamento de fiança, segundo o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).
Segundo o TJ-SP, a liberdade provisória foi concedida "sob a condição de comparecer perante a autoridade policial e judiciária todas as vezes que for intimado para atos do inquérito, da instrução criminal e para o julgamento".
Na audiência de custódia foi determinada ainda a suspensão cautelar da autorização para o porte de arma do homem, "ante os indícios de irregularidade do porte da arma utilizada para o cometimento do homicídio", segundo o Tribunal.
Estagiária teria se trancado em banheiro
Segundo Schimidt, o instrutor foi até a academia e começou a discutir com a estagiária.
"[O instrutor] começou a xingar a filha dele, teve algumas discussões. Ela não quis brigar, foi no banheiro, se trancou e ligou para o pai buscá-la", conta o advogado.
O homem vinha de um clube de tiro e chegou rapidamente ao local. Na frente da academia, ele ficou dentro do carro e aguardou a filha deixar o estabelecimento.
"Quando a filha sai da academia, o professor sai atrás dela e desfere um murro nela. Meu cliente sai do carro, pede para ele [Nelson] parar a agressão e ele vem para cima dele também. Foi quando aconteceram os disparos", diz o advogado.
Ainda conforme o advogado, os tiros ocorreram para "repelir a agressão". "Na verdade foi apenas uma questão de legítima defesa", afirma ele.
A reportagem tenta contato com familiares do instrutor morto, mas ainda não obteve respostas até o momento.
Amigos e familiares lamentam perda
Nas redes sociais, amigos e familiares lamentaram a morte do instrutor de academia.
"Aonde quer que esteja, fique em paz e quem teve o prazer de ter te conhecido sabe do que estou falando. Jamais será esquecido (...) obrigado por fazer parte da minha vida!", disse um amigo.
"Descanse em paz sobrinho. Sem palavras", escreveu uma tia do instrutor.
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