Secretaria do Consumidor pede novas explicações à Gol sobre caso Joca

A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) afirmou que a Gol não ofereceu as respostas necessárias a respeito do transporte do cão Joca, que morreu em um avião da companhia aérea em 22 de abril.

O que aconteceu

A Gol alegou ter realizado todos os procedimentos previstos e descritos no manual de transporte aéreo de animais de estimação, segundo a Senacon. "Cumprimos todos os protocolos estipulados pelo Ministério da Agricultura e o Conselho Federal de Medicina Veterinária obrigatórios para o embarque de pets", respondeu a empresa à notificação do órgão.

O secretário Wadih Damous (PT) considerou a resposta insatisfatória. "Estamos comprometidos em estabelecer padrões para um transporte de animais de estimação em viagens de forma adequada e confiável, visando evitar futuros incidentes como este. A empresa respondeu à notificação, mas não ofereceu as respostas necessárias para entendermos o ocorrido no transporte do Joca".

A Senacon vai solicitar informações do laudo do veterinário e chamar a Gol para discutir novos procedimentos para embarque de animais. Isso será feito antes do término da suspensão de 30 dias, prazo adotado pela empresa após o fato que resultou na morte do cão.

A Secretaria também irá ouvir o tutor do Joca, afirma o diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, Vitor Hugo do Amaral. "A empresa alega que atendeu todos os protocolos, mas precisamos entender o que levou ao ocorrido. A segurança é condição essencial nas relações de consumo. O caso serve como paradigma para estabelecermos regras de transporte adequado e confiável".

O caso Joca

O cão morreu durante uma falha no transporte aéreo da Gollog, empresa da companhia aérea Gol. Da raça golden retriever, ele deveria ser levado do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) para Sinop (MT), onde seu tutor o aguardava, mas foi parar em Fortaleza. Após a constatação do erro no destino, ele retornou a Guarulhos, mas chegou morto.

Família acusa a Gol de negligência. ''Olha aqui, cachorro do meu filho, saiu para ir para Sinop, um irresponsável enviou ele para Fortaleza, não contente, mandaram de voltar sem nenhuma avaliação de um veterinário, o cachorro está aqui dentro, morto. Eles mataram um Golden de 4 anos'', relatou Marcia Martin.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo ressaltou que um inquérito foi instaurado e que a polícia "segue ouvindo os responsáveis pela logística". "E analisa imagens visando identificar o responsável pela morte do animal e elucidar os fatos. Detalhes serão preservados para garantir a autonomia ao trabalho policial".

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Além da investigação policial, órgãos também abriram procedimentos sobre o caso. O Ministério de Portos e Aeroportos e a Anac (Agência Nacional de Avião Civil) vão apurar os motivos que levaram à morte do cachorro.

A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), do Ministério da Justiça, notificou a Gol para prestar esclarecimentos.

O que diz a Gol

Em nota, a Gol admitiu que houve "uma falha operacional" no transporte do animal e disse lamentar o ocorrido. A empresa também afirmou que o cão recebeu cuidados, mas, "infelizmente, logo após o pouso do voo em Guarulhos, vindo de Fortaleza, fomos surpreendidos pelo falecimento do animal".

Gol também disse que instaurou sindicância interna para apurar o caso. "A Companhia está oferecendo todo o suporte necessário ao tutor e a apuração dos detalhes do ocorrido está sendo conduzida com prioridade total pelo nosso time. Nos solidarizamos com o sofrimento do tutor do Joca. Entendemos a sua dor e lamentamos profundamente a perda do seu animal de estimação".

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