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Preso, PM é denunciado por golpes de R$ 1 mi contra colegas em Goiás

Símbolo da Rotam, da Polícia Militar de Goiás, em carga de entorpecentes apreendidos pela corporação - Divulgação/PM-GO
Símbolo da Rotam, da Polícia Militar de Goiás, em carga de entorpecentes apreendidos pela corporação Imagem: Divulgação/PM-GO

Do UOL, em Brasília

30/07/2022 18h09Atualizada em 30/07/2022 20h56

O Ministério Público de Goiás ofereceu à Justiça denúncia contra o cabo da PM Francisco de Assis Jesus dos Santos Soares de Oliveira, preso na quinta-feira (28) por suspeita de ter aplicado golpes financeiros em colegas de farda, segundo investigações da Polícia Civil. De acordo com o inquérito, os valores referentes à atividade criminosa superam R$ 1 milhão.

A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Oliveira e a assessoria de comunicação da SSP (Secretaria de Segurança de Goiás) para repercutir o caso.

O cabo da Polícia Militar goiana é acusado formalmente pela prática de estelionato contra 20 outros PMs. Segundo relatos de vítimas, há cerca de um ano, Oliveira passou a dar dicas para os colegas de investimentos financeiros e os convenceu a aplicar reservas em uma banca administrada pelo próprio autor dos crimes. Ele prometia lucratividade de 30% a 50%.

Todos os policiais envolvidos no episódio são lotados no Batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), do 1º Comando Regional da Polícia Militar.

Após solicitação do Ministério Público, o cabo foi preso preventivamente na quinta-feira (28). De acordo com o MP, a Justiça Militar acolheu o pedido para bloqueio de valores disponíveis em nome do PM em contas de instituições financeiras localizadas no Brasil ou exterior.

A denúncia foi oferecida pelo Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (NCAP ) e pela 84ª Promotoria de Justiça de Goiânia.

Lucro de mais de R$ 1 milhão

Narra a denúncia que, há cerca de um ano, o policial começou a orientar seus companheiros de batalhão com dicas e mentorias sobre aplicações financeiras em criptomoedas (tipo de dinheiro virtual), ativos de renda variável e apostas esportivas.

Assim, as vítimas começaram a participar de uma banca conjunta, criada e mantida por Oliveira, em uma plataforma online, com sede no Reino Unido, onde faria aplicação de valores em apostas esportivas, com promessa de lucratividade de 30% a 50%.

Relata a denúncia do MP que o cabo teria abordado cada umas das vítimas e, usando sempre a mesma argumentação, se comprometido a viabilizar altos rendimentos. Segundo as vítimas, o policial garantiu que se responsabilizaria acaso acontecessem eventuais prejuízos.

Apurou-se ainda que, para fazer parte do grupo de investimentos, o denunciado exigia que cada participante fizesse um aporte inicial de R$ 10 mil.

No entanto, após receberem valores supostamente obtidos como lucro, nenhuma das vítimas obteve mais nenhum rendimento. Quando procurado pelos colegas de corporação, em razão do não pagamento dos lucros prometidos, o denunciado alegou que os valores aplicados estavam bloqueados por problemas técnicos na plataforma de investimentos.

Oliveira acrescentou que seria necessário ainda o aporte, de cada um, de mais R$ 2 mil para liberação. Como as vítimas não concordaram com essa nova exigência, o cabo Francisco prometeu pagar aos colegas todos os valores recebidos para o suposto investimento até 20 de dezembro de 2021.

Após a data, o denunciado não devolveu os valores recebidos e continuou insistindo que o dinheiro continuava bloqueado por problemas técnicos, deixando os demais policiais com prejuízos no valor global de mais de R$ 1 milhão.