PM baleia cabeça de homem em blitz no RJ; 'Atira no pneu', lamenta família
Um policial militar do 3º BPM (Méier), na zona norte do Rio de Janeiro, foi preso por tentativa de homicídio, após atirar na cabeça de um homem que estava dentro de um carro que supostamente não parou em uma blitz.
O técnico de radiologia Raphael Montovaneli, 40, voltava de uma festa com amigos na madrugada de ontem. Segundo a PM, o motorista do veículo onde Raphael estava tentou fugir da abordagem. Raphael foi internado em estado gravíssimo e, segundo a família, teve morte cerebral confirmada — o hospital ainda não confirma a informação, por conta de protocolos para esse tipo de situação, mas a mãe de Raphael confirmou à reportagem.
O policial atirou e atingiu a cabeça da vítima, que estava no banco de trás do carro. "O veículo teria vindo em direção à guarnição em alta velocidade", afirmou a Polícia Militar, por meio de nota.
A família de Raphael no entanto questiona a atitude do PM, identificado como Márcio Ribeiro. Um primo diz que a abordagem foi desnecessária.
"O carro, não parou? Beleza, atira no pneu. Atirar na direção da cabeça? Isso só mostra que é uma pessoa completamente despreparada. Como uma pessoa dessas está com um fuzil na mão? Atira no pneu, meu Deus, não na direção da pessoa. Eu não sou policial e sei que existem outras formas de abordagem. Agora ele tá lá, em coma induzido", afirmou o primo, que não quis se identificar.
O grupo passava pela Avenida Marechal Rondon, uma das principais vias da Zona Norte da cidade, horas após o jogo entre Flamengo e Fluminense, no Maracanã.
Raphael Montovaneli sofreu uma "perfuração por arma de fogo no crânio" e segue internado, de acordo com o Hospital Federal do Andaraí. O quadro de saúde dele é considerado gravíssimo.
"Atirar do jeito que ele atirou, era pra matar. Ele [quase] matou meu primo. A esposa dele está grávida de 8 meses de uma menina. Olha a tragédia que esse policial causou", relata o primo.
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