'Mãe, um dia eu vou ficar branco?', pergunta menino negro ao sofrer racismo
Uma estilista de São Paulo (SP) usou as redes sociais para denunciar xingamentos racistas sofridos pelo filho de 5 anos em uma escola particular na região do Campo Limpo, na zona sul.
Na publicação feita pela mulher na sexta-feira (16), ela explica que vinha percebendo o desânimo do filho em ir para a escola e a tristeza que ele apresentava quando ela ia buscá-lo após a aula, por isso decidiu conversar com a criança.
O vídeo foi gravado assim que mãe e filho chegaram em casa. Deitado na cama, o menino aparece chorando e fazendo diversos questionamentos à mãe sobre a sua cor de pele — a reportagem optou por não exibir o vídeo e preservar o nome de ambos, para preservá-los.
"Mamãe, um dia eu vou ficar branco?". A mãe conversa com o menino, reforçando a autoestima dele. "Você não precisa ser branquinho. Você nasceu pretinho e lindo", consola a mãe.
No diálogo, o menino conta ainda que os colegas estavam fazendo comparações racistas devido à cor da sua pele.
"Eu senti meu coração dilacerar, partir em pedacinhos. Sofri com ele, chorei com ele e peço que todos cuidem dos filhos de vocês. Tomem conta da saúde mental de seus filhos pretos e não permitam que os machuquem", disse a mãe, no vídeo.
Após a repercussão do vídeo nas redes sociais, a estilista contou que recebeu diversas mensagens de apoio e que está "fortalecida com todo o carinho, afeto e atenção" e vem mostrando as mensagens positivas o filho e repassando esse carinho para ele.
Reunião na escola
Segundo a família, o menino estuda desde o ano passado na escola onde aconteceu a situação. Ontem, os pais e uma advogada participaram de uma reunião com a direção do colégio, que disse que vai averiguar a situação.
"Foi realizada essa reunião com os pais, os responsáveis da escola e todos os orientadores para que seja feito um levantamento do que aconteceu. Eles vão fazer um processo administrativo dentro da instituição para levantar e apurar toda a situação para que as medidas sejam tomadas", explicou ao UOL a advogada Joyce de Melo Alves, que representa a família.
Ainda segundo a advogada, após a repercussão do caso, a família optou por evitar a exposição e falar sobre o assunto.
"Hoje a família está reclusa e está cuidando da saúde mental. Compreendemos que questão como o racismo traz consequências não só para a vítima, mas para todos ao redor", acrescentou a advogada.
O nome da escola em que o ato de racismo teria acontecido não foi divulgado pela família da criança.
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