Thiago Brennand intimidou promotora em e-mails: 'Não há solução'
O empresário Thiago Brennand, 42, que está foragido da Justiça após agredir a modelo Alliny Helena Gomes em uma academia de luxo em São Paulo, acumula uma série de denúncias feitas por outras mulheres e também é acusado de ter intimidado uma promotora que decidiu pelo arquivamento de um inquérito movido por ele contra duas pessoas.
Três meses antes de agredir a modelo, o empresário acionou a Justiça contra um homem e uma mulher sob a acusação dos crimes de calúnia e de difamação. Em sua decisão, a promotora disse não vislumbrar os crimes alegados por Brennand, fato que o deixou contrariado. As informações são do "Fantástico".
No primeiro e-mail enviado à promotora, Thiago descreveu a decisão dela como "o maior absurdo jurídico" já presenciado por ele, opinião que teria sido corroborada "por todos os meus amigos e advogados".
Em um segundo e-mail, Brennand afirmou que a promotora "apenas reiterou o caráter pessoal que era ostensivo em vossas manifestações", e aponta que, "diante de vossa excelência, me parece que não há solução".
"Em um segundo e-mail, ele continua: "A meu ver, vossa excelência apenas reiterou o caráter pessoal que era ostensivo em vossas manifestações. A força do Direito deve sempre superar o direito da força. Contudo, diante de vossa excelência, me parece que não há solução. Será que todos os amigos que consultei, e que militam na seara do direito penal, estão errados? Advogados, policiais, magistrados, membros de ministérios públicos, etc.? Só vossa excelência tem razão? Me parece que o clima já defenestrou as fronteiras do profissional, sendo razoável que outro promotor possa avaliar o caso", escreveu.
Para a juíza Erika Soares de Azevedo Mascarenhas, responsável por decretar a prisão preventiva do empresário, o conteúdo dos e-mails revela um material "substancialmente ameaçador", e reitera que a "ousada postura adotada pelo réu evidencia sua predisposição a coagir terceiros".
Desde que o caso da modelo agredida na academia veio à tona, Thiago Brennand foi acusado por outras mulheres pelos crimes de estupro, cárcere privado, lesão corporal, entre outros. A Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo também abriu um processo administrativo contra o empresário sob acusação de discriminação contra mulher.
Antes de ser denunciado, o empresário saiu do Brasil e foi para Dubai, onde se encontra atualmente. Por ser considerado foragido da Justiça, o nome dele consta na lista de procurados da Interpol.
Ao "Fantástico", o procurador-geral de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, disse que a "expectativa é que muito em breve ele possa ser extraditado, remetido aqui para São Paulo, onde responderá por todas essas acusações".
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