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Adolescente grávida de 7 meses é agredida até desmaiar em escola no RJ

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

20/10/2022 12h38

A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga as agressões sofridas por uma adolescente de 15 anos, então grávida de 7 meses, dentro do colégio que frequenta, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. A estudante chegou a desmaiar enquanto era atingida com chutes na barriga e na cabeça por uma outra estudante, de 18 anos.

O caso aconteceu no dia 15 de setembro, mas as imagens da agressão foram divulgadas nesta semana.

De acordo com testemunhas ouvidas na Delegacia de Atendimento à Mulher, as duas alunas do Ciep Jean Baptiste Debret começaram a discutir após a agressora xingar o bebê da adolescente. A vítima reagiu, provocando a jovem, que partiu para cima dela. Outros estudantes foram gravados tentando conter as agressões.

Alguns estudantes que presenciaram a briga gravaram vídeos da confusão. Em um deles, é possível ver a adolescente desmaiada, caída no chão, e algumas pessoas tentando acordá-la.

"Eu estava no trabalho e a minha filha mais velha me ligou, dizendo o que tinha acontecido. Eu fui desesperada para a escola. Quando eu cheguei, a diretora me falou que a minha filha tinha escorregado e batido com a cabeça. Ela ainda mentiu. Os vídeos desmentem tudo isso", disse a mãe da adolescente.

De acordo com alguns alunos, a agressora deu chutes na barriga e pisou na cabeça da vítima mesmo após ela ter desmaiado. Imagens gravadas pelos adolescentes mostram ainda o momento em que a adolescente é socorrida por uma equipe do Samu.

O UOL não teve acesso à identidade da suspeita pelas agressões, mas tenta localizá-la para ouvir manifestação em sua defesa. Este espaço será atualizado assim que houver posicionamento.

"Quando eu cheguei no hospital, minha filha estava muito inchada, tomando remédio para dor. Eu achei que ela fosse morrer, minha filha ficou com a pulsação fraca. A escola ainda falou no hospital que a minha filha tinha tido uma crise e que teria batido a cabeça quando caiu. Quando eu cheguei, desmenti a informação e expliquei a situação, aí pedi para transferirem ela para a maternidade", lembra a mãe.

Segundo o boletim médico, a vítima sofreu uma equimose — sangramento que se infiltra em tecidos do corpo — na região frontal direita e pequenas escoriações na região infraorbitária direita, próxima ao nariz e ao olho. A adolescente precisou ficar internada, mas já teve alta médica.

De acordo com a mãe da vítima, devido à quantidade de chutes na barriga, a adolescente e o bebê precisam de monitoramento. Atualmente, a garota está no oitavo mês de gestação.

Minha filha está muito abalada psicologicamente. A garota [agressora] ainda está estudando no colégio, como ela volta a estudar lá?. O obstetra dela disse que até a criança nascer precisarão fazer vários exames, pediu pra ela ficar de repouso, não fazer esforços. Minha filha nasceu de novo.
Mãe da adolescente grávida vítima de agressão

O UOL procurou a Secretaria Estadual de Educação. A pasta informou que "na ocasião, o diretor-adjunto da unidade acompanhou a aluna gestante até a delegacia. No mês de setembro, ela recebeu acompanhamento da secretaria, participou das aulas de casa através de planos de estudos e, no momento, está retornando ao presencial". A secretaria disse ainda que "a outra estudante foi transferida para o turno da noite".

O caso foi registrado na Delegacia da Mulher de São João de Meriti e encaminhado ao Juizado Especial Criminal de Meriti — por se tratar de uma adolescente menor de 18 anos. Mãe e filha já foram ouvidas, mas, até o momento, o inquérito não foi encerrado.