Dupla que matou e degolou idosa e diarista é condenada a 76 anos de prisão
Do UOL, em São Paulo
16/11/2022 19h37Atualizada em 16/11/2022 19h37
Os pintores Jhonatan Correia Damasceno e William Oliveira Fonseca foram condenados na tarde de hoje a 76 anos, dois meses e 20 dias de prisão por matar e degolar a idosa Martha Maria Lopes Pontes e a diarista Alice Fernandes da Silva em um apartamento do Flamengo, no Rio de Janeiro, no mês de junho.
Além de matar as duas, eles incendiaram o apartamento no qual o crime ocorreu e roubaram dinheiro da proprietária do imóvel, segundo a acusação.
Segundo o TJRJ (Tribunal da Justiça do Rio de Janeiro), o juiz responsável pelo caso, Flavio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal, considerou o crime como "extremamente violento e cruel".
Ele apontou, ainda, as consequências do crime como "extremamente graves" para o ambiente no qual as vítimas viviam.
"Além de causar comoção, revolta e danos psicológicos às famílias das vítimas, também causaram comoção nos empregados e moradores do condomínio, bem como na sociedade", afirmou em trecho da decisão.
Relembre o caso
A idosa Martha Maria Lopes Pontes, 77, e a diarista Alice Fernandes da Silva, de 51, foram mortas e degoladas dentro de um apartamento de alto padrão no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro, em 9 de junho.
Segundo a Polícia Civil, por volta das 13h30, William e Jhonatan Correia Damasceno invadiram o apartamento de Martha, e renderam as duas mulheres.
As vítimas foram amarradas, amordaçadas e feitas reféns.
Em seguida, Jonathan deixou a residência de Martha para descontar três cheques no valor de R$ 5 mil cada um, enquanto William permaneceu com as vítimas no imóvel.
Ainda de acordo com a polícia, com o dinheiro na mão, Jhonatan retornou ao apartamento. Em seguida, a idosa e a diarista foram mortas. As duas tiveram os pescoços cortados. Martha ainda teve o corpo carbonizado.
Câmeras de segurança do edifício flagraram os dois entrando no prédio, às 13h32, subindo no elevador e depois fazendo o mesmo caminho de volta, às 16h40, caminhando pela calçada.
Familiares das vítimas relataram um desentendimento entre os pintores e a dona do imóvel antes do crime. Ao UOL, um dos filhos de Alice, o bombeiro hidráulico Diogo Fernandes da Silva, 27, disse que o serviço já havia sido pago, mas os dois pintores estavam exigindo mais dinheiro.
"O serviço foi feito e todo pago, mas eles estavam coagindo a dona Martha a dar mais dinheiro. A dona Eleonora, filha dela, contou que há 15 dias eles bateram lá contando uma história triste e querendo mais dinheiro. Em outro episódio, na última semana, eles foram lá novamente, desta vez só com a dona Martha, colocaram o pé na porta, a ameaçaram e a coagiram para levar mais dinheiro", disse.
Jonathan foi preso um dia após o crime. Ele foi localizado na comunidade de Acari, na zona norte do Rio. Em depoimento, ele apontou William como comparsa e disse que efetuou o roubo para quitar dívidas com agiotas.
William foi preso dois dias após o crime, ao se entregar na delegacia de Bonsucesso, na zona norte do Rio. Ele já tinha um mandado de prisão emitido contra ele por roubo e era considerado foragido desde 2017.
Os dois confessaram o crime, mas divergiram em depoimento à polícia sobre quem teve a ideia do assassinato.