O que se sabe sobre o caso das duas mulheres encontradas degoladas no RJ
Duas mulheres — uma de 77, outra de 51 anos — foram encontradas degoladas em um apartamento de alto padrão no Flamengo, bairro na zona sul do Rio de Janeiro, depois que o local havia pegado fogo, no último dia 9. A idosa teve o corpo carbonizado. Segundo a Polícia Civil, os dois suspeitos de terem cometido o crime foram detidos — contra um deles, já havia um mandado de prisão por roubo.
Veja o que se sabe até agora sobre o caso:
Identidade das vítimas
As vítimas são Martha Maria Lopes Pontes, 77, proprietária do apartamento, e Alice Fernandes da Silva, 51, diarista. Ambas foram encontradas por bombeiros com cortes no pescoço.
A jornalistas, Cássia Prudêncio, 38, amiga da diarista, contou que Alice trabalhava na casa de Martha três vezes na semana e que prestava serviços à idosa há 20 anos. Ela veio da Paraíba para trabalhar no Rio de Janeiro e morava em São Cristóvão, na zona norte.
A diarista deixa três filhos.
O crime
Por volta das 13h30 de quinta (9), os dois suspeitos invadiram o apartamento e renderam Martha e Alice. As vítimas foram amarradas, amordaçadas e feitas reféns, segundo investigações da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Em seguida, um deles deixou o apartamento para descontar três cheques no valor de R$ 5 mil cada, enquanto o outro permaneceu com as vítimas no imóvel. Depois que o primeiro voltou ao apartamento, a idosa e a diarista foram mortas.
As duas tiveram os pescoços cortados. Martha ainda teve o corpo carbonizado, ainda de acordo com a polícia.
Causa da morte
Segundo publicado por O Globo, o laudo do exame de necropsia feito nas vítimas mostra que a causa da morte de ambas foi esgorjamento — uma ferida longa e profunda na garganta, provocada por ação corto-contundente, possivelmente por uma faca.
O corpo de Martha Lopes foi queimado depois de ter sido degolado, de acordo com o documento.
Vídeo mostra destruição
Imagens gravadas dentro do apartamento de Martha mostram a destruição causada pelo incêndio no local. Na gravação, é possível ver que as paredes, o chão e alguns móveis foram danificados pelo fogo. (Assista abaixo)
"Queimou tudo", diz a pessoa que registra a cena.
O apartamento está localizado na Avenida Rui Barbosa, no bairro do Flamengo, zona sul do Rio.
Celular não encontrado
Hilário Rodrigues Leite, 62, marido de Alice, disse a jornalistas que a mulher já deveria ter deixado o trabalho na hora em que o incêndio aconteceu. Segundo o Corpo de Bombeiros, o quartel da região foi acionado às 16h52 de quinta-feira (9).
"Essa hora não era para ela estar mais lá", afirmou, na saída do IML (Instituto Médico Legal). "Às 17h10, vi que ela tinha acionado o WhatsApp. Alguém que pegou o celular dela. O telefone dela não foi encontrado ainda".
Pintores são suspeitos...
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital. A suspeita é de que dois pintores que estavam no prédio estejam envolvidos no crime.
A Polícia Civil já recolheu imagens que mostram os dois pintores chegando ao imóvel às 13h34. Eles usavam máscaras e bonés e carregavam uma sacola.
... E foram detidos
Um homem identificado como Jonatan Correia Damasceno, que havia sido contratado para pintar o apartamento de Martha Lopes, já confessou ter matado a idosa e Alice, segundo a Polícia Civil do Rio. Ele foi detido na sexta (10), na favela de Acari, na zona norte do Rio.
A polícia acredita que ele tenha praticado o crime junto a William Oliveira Fonseca, 33, também contratado para pintar o apartamento. O segundo suspeito se entregou no sábado (11) na delegacia de Bonsucesso, na zona norte.
Contra Fonseca já existia um mandado de prisão por roubo. Ele estava foragido desde 2017.
Os dois serão indiciados por latrocínio (roubo seguido de morte), extorsão (porque, segundo familiares, eles estavam exigindo dinheiro da idosa) e incêndio (porque incendiaram o apartamento antes de fugir).
Possível motivação
Familiares das vítimas relataram um desentendimento entre os pintores e a dona do imóvel, Martha, recentemente. Segundo um dos filhos de Alice, o bombeiro hidráulico Diogo Fernandes da Silva, 27, o serviço já havia sido pago, mas os dois pintores estavam exigindo mais dinheiro.
"O serviço foi feito e todo pago, mas eles estavam coagindo a dona Martha a dar mais dinheiro. A dona Eleonora, filha dela, contou que há 15 dias eles bateram lá contando uma história triste e querendo mais dinheiro. Em outro episódio, na última semana, eles foram lá novamente, desta vez só com a dona Martha, colocaram o pé na porta, a ameaçaram e a coagiram para levar mais dinheiro", disse.
Eu sempre deixo a minha mãe, todo dia pela manhã. Ontem, dei um beijo na testa dela e disse: 'Mãe, mais tarde eu venho para pegar a senhora'. E ela disse: 'Tá bom, meu filho'. Quando deu 15h30, eu fui buscá-la. Comecei a ligar, ligar, ligar e nada. Quando eu cheguei lá, havia ambulâncias. Eu pensei que tinha acontecido alguma coisa com a minha mãe.
Diogo, filho de Alice, a jornalistas
Para Hilário Rodrigues Leite, marido de Alice, a mulher "foi tentar defender a dona Martha", segundo contou ao Globo.
(Com Estadão Conteúdo)
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