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'Saí pelado': Garoto de programa relata briga antes de morte em motel

Garoto de programa foi contratado por Marcella Ellen e presenciou briga do casal em quarto de motel - Record TV/Reprodução
Garoto de programa foi contratado por Marcella Ellen e presenciou briga do casal em quarto de motel Imagem: Record TV/Reprodução

Do UOL, em São Paulo

16/11/2022 13h42Atualizada em 16/11/2022 18h54

O garoto de programa Gabriel Mendes, 25, estava no quarto de motel momentos antes da bacharela em direito e ex-modelo Marcella Ellen, 31, ter matado o noivo, Jordan Guimarães Lombardi, 40, com um tiro e fugir nua do local. Em áudio enviado ao programa Cidade Alerta DF, da Record TV, ele afirma que testemunhou uma briga entre os noivos momentos antes do crime.

Hoje, a defesa de Marcella Ellen alegou que vai pedir a liberdade dela à Justiça para que ela trate de um tumor cerebral.

O assassinato ocorreu na madrugada de quarta-feira (9). Gabriel relata que havia sido contratado por Marcella para fazer um programa no Motel Park Way, no Setor de Postos e Motéis Sul, no Distrito Federal. Ele afirma que Marcella já tinha sido cliente dele há três anos e que, ao chegar no local, constatou que os dois haviam usado drogas.

"Eu conhecia ela, mas não lembrava dela. Ela falou que estava com um ex-esposo, ex-noivo, que gostava de fetiche... E eu pensei que já era normal aparecer esse tipo de trabalho", disse ele à TV — citando incorretamente o noivo, Jordan.

Gabriel afirmou que chegou por volta da 1h da manhã e ficou cerca de 40 minutos. "Assim que eu cheguei lá, que eu vi o clima de briga e um monte de droga, os dois usando muito, eu já estava pressentindo que ia dar alguma coisa. Na hora que eu ia começar o meu trabalho, ele ficou revoltado e foi pra cima dela, que pegou o revólver. Aí foi esse momento que eu fui tentar separar, porque fiquei assustado", disse ele.

O garoto de programa ainda disse que sofreu um empurrão de Jordan, caiu e quase bateu a cabeça. "Eu fiquei encurralado no quarto um tempo, sem pegar a chave. Eu gritei dizendo que queria sair, ir embora. O clima estava pesado, horrível. Então finalmente eu fui embora, saí do quarto até pelado, não queria saber de nada", disse ele.

Horas depois, Marcella foi presa após confessar ter matado o noivo. Ela foi detida pela polícia de Goiás após ser denunciada por tentativa de roubo de uma Kombi na BR-070, no município de Cocalzinho, enquanto tentava fugir para São Paulo. De acordo com sua defesa, ela que teria pedido para chamar a polícia, com o objetivo de se entregar.

O casal teria discutido por ela exigir que o noivo tomasse atitude para defender uma pessoa da família dele, que estaria sofrendo violência. Segundo o advogado de Marcella, Johnny Cleik Rocha da Silva, essa pressão teria motivado o consultor empresarial a adquirir a arma de fogo. Silva acrescenta ainda que ela teria ameaçado o noivo com a arma e, por isso, ele teria a desafiado e aplicado dois tapas nela. "Foi nesse momento que ela conta que, sem pensar, apertou o gatilho". Em seguida, a mulher fugiu do local num Audi Q7 da vítima, chegando a derrubar o portão do motel.

Segundo a polícia, o carro era da empresa de Jordan e, por ser rastreado, parou de funcionar cerca de seis quilômetros depois da fuga. Ela chegou a abordar duas vans escolares, sem sucesso, e conseguiu seguir em um caminhão até Girassol (GO). Ela teria contado o que houve ao motorista, que, após dizer que pararia para abastecer, desceu do veículo e correu.

"Ela ficou então sozinha, nua, com a bolsa e a arma. Já muito cansada e emocionalmente abalada, ela resolveu descer, jogou a bolsa no chão, jogou a arma e gritou que chamassem a polícia porque ela queria se entregar", disse a defesa.

O crime é investigado pela 11ª Delegacia de Polícia do Núcleo Bandeirante, no Distrito Federal.