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RJ: Segundo preso por morte de mulheres degoladas confessa e detalha crime

William Oliveira Fonseca, suspeito de participação nas mortes de idosa e de diarista no Flamengo, deu detalhes sobre o crime à polícia - Reprodução/Polícia Civil do Rio
William Oliveira Fonseca, suspeito de participação nas mortes de idosa e de diarista no Flamengo, deu detalhes sobre o crime à polícia Imagem: Reprodução/Polícia Civil do Rio

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

13/06/2022 16h33Atualizada em 13/06/2022 16h33

William Oliveira Fonseca, 33, preso neste fim de semana pelo crime de homicídio contra a idosa Martha Maria Lopes Pontes, 77, e a diarista Alice Fernandes da Silva, 51, em um imóvel de alto padrão no Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro, confirmou em depoimento à DHC (Delegacia de Homicídios da Capital) que foi o responsável por degolar as duas mulheres.

O depoimento de William contradiz a versão de Jonathan Correia da Silva, preso na última sexta-feira (10), um dia após o crime. Jonathan havia informado na delegacia que a decisão de matar as vítimas foi de William e que a ação ocorreu enquanto ele estava no banco sacando os três cheques que Martha assinou enquanto era feita refém.

Ainda de acordo com depoimento de William, a dupla teve acesso ao imóvel após o comparsa informar a Martha que passaria no apartamento dela para deixar um currículo. Jonathan trabalhava como pintor e já havia prestado serviço para a idosa.

A ação

O UOL teve acesso ao conteúdo do depoimento de William Fonseca. Segundo ele, o convite de Jonathan para praticar o roubo veio dois dias antes do crime, ocorrido na última quinta-feira (9) e não houve a participação de terceiros na ação. Os dois se conheceriam há bastante tempo, mas teriam ficado mais próximos em 2021.

William conta que foram autorizados a subir no imóvel após o porteiro fazer contato com a unidade.

A diarista Alice Fernandes foi a primeira a ser imobilizada logo após abrir a porta do imóvel. Em seguida, Martha foi abordada. As duas tiveram mãos e pés amarrados com fitas adesivas e lacres.

Enquanto estavam imobilizadas, Jonathan revirava a casa a procura de dinheiro. Como nenhum valor foi encontrado, ele ordenou que Martha preenchesse cheques e autorizasse o saque das quantias junto ao banco. Três cheques de R$ 5 mil foram feitos e entregues ao pintor. Os valores foram descontados em uma agência bancária localizada a dez minutos no imóvel.

Segundo William, diferentemente do que Jonathan havia informado à polícia anteriormente, ao retornar ao apartamento, teria sido o comparsa que teria avaliado a necessidade de matar as mulheres, já que ele era conhecido delas.

Uma faca da cozinha foi usada para cortar o pescoço das vítimas — Alice no banheiro do imóvel e Martha, no quarto. Em seguida, ele teria percebido Jonathan com uma garrafa de álcool na mão para incendiar o apartamento.

Ainda de acordo com o depoimento, ao saírem do quarto, a dupla percebeu que a diarista não estava mais no banheiro. Ela foi encontrada ainda viva, rastejando no corredor, e acabou sendo novamente esfaqueada.

Imagens divulgadas pela Polícia Civil mostram que a dupla permaneceu cerca de três horas no prédio.

A dupla deixou o apartamento levando ainda alguns pertences como cordões, anéis, relógios e celulares das vítimas. Eles voltaram para casa de metrô e dividiram a quantia sacada no banco, assim como os pertences.

Ainda segundo William, do valor total sacado, ele ficou apenas com R$ 2.500, pois Jonathan disse ao comparsa que só havia conseguido sacar R$ 5 mil dos R$ 15 mil em cheques levados da casa.

Investigações

Jonathan foi preso na última sexta-feira (10), um dia após o crime. Ele foi localizado na comunidade de Acari, na zona norte do Rio. Em depoimento, ele apontou William como comparsa e disse que efetuou o roubo para quitar dívidas com agiotas.

William foi preso no sábado (11), após se entregar na delegacia de Bonsucesso, na zona norte do Rio. Ele já tinha um mandado de prisão emitido contra ele por roubo e era considerado foragido desde 2017.

William até então trabalhava vendendo mercadorias em sinais de trânsito, é pai de dois filhos, de 7 e 11 anos, e passou a ser chamado em Acari por "Pé de Pano", por ter ficado muito tempo com o pé enfaixado.

Neste final de semana, o Tribunal de Justiça do Rio, decretou um novo mandado de prisão contra ele pelos crimes de latrocínio, extorsão qualificada e incêndio.

Os dois tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.