Uber e 99 negam que Elize Matsunaga integre suas plataformas
Usuários de aplicativos de transporte expuseram nas redes sociais um suposto cadastro de Elize Matsunaga como motorista em atuação na cidade de Franca, no interior de São Paulo. As plataformas Uber e 99, no entanto, negam que ela faça parte de seus grupos de condutores.
O que aconteceu:
- Reproduções de tela divulgadas na internet mostram a foto de Elize Matsunaga como motorista em atividade em um app;
- Nas imagens, ela aparece usando seu nome de solteira, Elize Araújo Giacomini, dirigindo um Honda Fit;
- Ela estaria atuando em três plataformas de transporte por aplicativo, de acordo com as informações disseminadas;
- "Não há nenhuma conta de motorista parceiro cadastrada na base de dados da Uber com os dados fornecidos", diz a Uber em nota ao UOL;
- Por telefone, a 99 também negou que a mulher esteja entre seus condutores cadastrados;
- Outro aplicativo, o InDrive disse que a Elize também não possui cadastro, não trabalha e nunca trabalhou como condutora na plataforma;
- A Maxim, cuja reprodução de tela foi divulgada, confirmou hoje Elize como motorista. A empresa afirmou que ela estar em livramento condicional ou eventual cumprimento de pena em regime aberto "não deve ser um impeditivo de que a mesma possa trabalhar", porque o direito ao trabalho está previsto na Constituição Federal e a empresa "acredita na ressocialização do indivíduo". Segundo a nota, Elize começou a trabalhar com a plataforma em 2023.
A reportagem também entrou em contato com os defensores de Elize, que não confirmaram a atuação até o momento. "Tenho que checar", resumiu a advogada Juliana Fincatti Santoro. Também foram procurados serviços alternativos de transporte que atuam na região. Em caso de nova resposta, este espaço será atualizado.
As reproduções de tela de apps divulgadas foram repassadas ao jornalista biógrafo Ulisses Campbell, autor de "Elize Matsunaga - A mulher que esquartejou o marido". Segundo ele, os passageiros disseram que a mulher tem nota 4.8 e é "super gente boa e agradável". "Eles falaram que ela não fala do crime, e está sendo bem recebida pelos passageiros, que defendem a ressocialização dela. Ninguém está reclamando dela", diz.
Em liberdade condicional desde o ano passado, Matsunaga foi condenada a 19 anos e 11 meses de prisão por matar e esquartejar o marido, então presidente da Yoki, Mascos Matsunaga, em 2012. Ela cumpriu regime fechado no presídio de Tremembé (SP) por 10 anos. Quando deixou a cadeia, afirmou acreditar que Marcos já a perdoou por tê-lo assassinado.
O MPSP (Ministério Público de São Paulo) ressaltou que o "sistema de execuções penais tem como uma de suas principais características a progressividade dos regimes de cumprimento da pena" e que, por isso, "incentiva o trabalho dos sentenciados".
"O MPSP incentiva o trabalho dos sentenciados que, em meio aberto e respeitadas as condições do benefício prisional no qual se encontram, se dedicam à atividades licitas, cuja observância pode evitar a reincidência criminal e proporcionar a sua harmônica reintegração social", diz a nota.
Atualmente, Elize é impedida de ter contato com a filha, mas demonstra interesse em conhecer a criança. A garota tinha apenas 1 ano na ocasião do crime e, desde então, está sob a guarda dos avós paternos, que busca destituir a mãe do poder familiar e retirar o nome de Elize da certidão de nascimento da garota.
Relembre o caso
- Marcos Matsunaga foi morto no duplex de pouco mais de 500 m² onde o casal morava com a filha, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, em 19 de maio de 2012;
- A vítima foi atingida, com um tiro de pistola 380 efetuado por Elize. Em seguida, o empresário teve o corpo esquartejado em sete partes, espalhadas na região de Cotia;
- Imagens das câmeras de segurança do edifício onde viviam mostraram Elize entrando no elevador carregando três malas. Ela deixou o local de carro e retornou sem nenhuma delas.
- Elize foi presa preventivamente em junho de 2012 e, em dezembro de 2016, foi condenada por um júri popular que a considerou culpada por destruição e ocultação de cadáver, e impossibilidade de defesa da vítima (quando a perícia aponta que a morte ocorreu por meio de tiro de curta distância).
- Durante o julgamento, ela alegou ter matado o marido após discussão sobre traições do marido, que a teria ameaçado de internação em instituição psiquiátrica para mantê-la longe da filha.
- Ela teve pena reduzida por confessar o crime e migrou para o regime semiaberto. Em livramento condicional, ela obteve antecipação de liberdade para se readaptar ao convívio social.
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