Mulher morre após cirurgia plástica em clínica de bairro nobre em BH
Do UOL, em São Paulo
25/04/2023 13h18Atualizada em 25/04/2023 13h35
Uma mulher de 38 anos morreu após uma cirurgia plástica em uma clínica localizada em um bairro nobre de Belo Horizonte.
O que aconteceu:
A mulher passou por uma lipoescultura ontem e apresentou complicações durante a madrugada. O procedimento durou cerca de 4 horas.
O caso aconteceu no IMO (Instituto Mineiro de Obesidade), no bairro de Lourdes, região Centro-Sul de BH.
Segundo informações do médico que realizou o procedimento, cerca de 12 horas após a cirurgia a paciente se sentiu mal e foi "atendida e medicada imediatamente" pela equipe de plantão do IMO. Mas, com o agravamento do quadro e uma parada cardiorrespiratória, o SAMU foi acionado. Ela não resistiu e morreu no local.
O cirurgião Lucas Mendes, responsável pelo procedimento, disse que não houve "qualquer intercorrência" durante a cirurgia e que a mulher acordou da sedação "em condições normais de saúde, sem qualquer incômodo ou queixa".
O médico divulgou uma nota de pesar e esclarecimento e disse que se trata de uma "lamentável fatalidade" que "embora nunca seja esperada ou desejada, é prevista pela literatura médica como risco inerente da cirurgia". Ele garantiu que está colaborando com as autoridades e familiares.
De acordo com a Polícia Civil, foi instaurado um inquérito para apurar "a causa e circunstâncias da morte".
O UOL procurou o IMO mas não obteve retorno sobre o caso até a publicação desta nota.
A paciente possuía boas condições de saúde e foi adequadamente informada dos riscos inerentes ao procedimento, dando seu pleno consentimento. Foram realizados todos os exames necessários para comprovação de sua indicação para a lipoescultura, não havendo qualquer fator que agravasse seu risco, ou contraindicasse a realização da cirurgia
Nota do médico Lucas Mendes
Morte é a segunda registrada na clínica
Em dezembro de 2021, outra paciente morreu após duas cirurgias plásticas realizadas com o mesmo médico, Lucas Mendes, também no Instituto Mineiro de Obesidade.
Lidiane Aparecida Fernandes Oliveira, de 39 anos, passou por um abdominoplastia e lipoaspiração. A causa da morte foi registrada como embolia pulmonar.
À época, o médico informou que não houve complicações na cirurgia e encaminhou Lidiane para o quarto sob os cuidados do IMO, que possui apenas suporte básico e não possui CTI (Centro de Terapia Intensiva).
O cirurgião foi indiciado por homicídio culposo porque a investigação concluiu que houve "retirada excessiva de gordura". A polícia explicou que segundo resolução, os volumes aspirados não devem ultrapassar 7% do peso corporal quando utilizada a técnica infiltrativa. No caso da paciente, foi retirado um percentual de 10,02%.