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Jovem passa 15 anos em situação análoga à escravidão; prima é suspeita

Do UOL, em São Paulo

24/05/2023 14h31Atualizada em 24/05/2023 14h55

Uma empresária de 38 anos foi presa por suspeita de manter a prima, que é afilhada dela, em cárcere privado e situação análoga à escravidão por 15 anos em Teresina (PI).

O que aconteceu?

Francisca Danielly Mesquita, 38, levou a parente para passar um feriado com ela quando a garota tinha 12 anos e nunca devolveu a menina à família, segundo a polícia.

Além de fazer serviço doméstico, a jovem não tinha permissão para sair de casa, podendo apenas levar os filhos da mulher à terapia e à escola.

Ela conheceu o atual namorado em uma das saídas autorizadas pela mulher. Ele denunciou o caso à polícia.

A vítima, hoje com 27 anos, ganhou liberdade na segunda-feira (22) após ação policial.

Família perdeu contato com a vítima

A família da vítima, natural de Chapadinha (MA), não conseguiu retomar contato com a garota ao longo dos anos. A princípio, eles acreditavam que a então adolescente estaria estudando, mas, com o passar do tempo, descobriram a condição análoga à escravidão.

Os pais da vítima são de baixa renda e possuem poucas instruções. A acusada, que é prima de 2º grau da jovem, trouxe a jovem para capital e, posteriormente, passou esconder informações sobre o paradeiro da moça".
Odilo Sena, delegado do 6º DP de Teresina

Agora, a mulher está abrigada na casa do namorado com a mãe, em Teresina, para passar por exames complementares de corpo de delito.

Ela também passará por uma avaliação psicológica e por sessões de terapia fornecidas voluntariamente por um psicólogo local. A expectativa é de que ela retorne para Chapadinha, a 250 quilômetros de Teresina, após passar pelos trâmites legais.

A suspeita, que está à disposição da Justiça, tem um histórico de tentativas de carreira política. Em 2018, ela tentou se eleger como deputada federal pelo Piauí, mas não conseguiu o cargo, ganhando somente 1,2 mil votos. Em 2020, ela tentou o cargo de vereadora, mas teve a candidatura indeferida, segundo o Tribunal Regional Eleitoral.

O UOL tenta identificar a defesa da suspeita, mas não recebeu retorno até o momento. O espaço permanece aberto para manifestação.