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Pessoas em situação análoga à escravidão são resgatadas de fazenda na Bahia

Trabalhadores não tinham estrutura sanitária nos campos em que trabalhavam em Encruzilhada (BA) - MPT/Reprodução
Trabalhadores não tinham estrutura sanitária nos campos em que trabalhavam em Encruzilhada (BA) Imagem: MPT/Reprodução

Do UOL, em São Paulo

26/05/2023 14h06

Vinte e cinco pessoas vivendo em situação análoga à escravidão foram resgatadas de uma fazenda de café na Bahia.

O que aconteceu?

Uma denúncia anônima levou órgãos federais e estaduais à propriedade na cidade de Encruzilhada.

No local, auditores fiscais encontraram o grupo, que não recebia nada além de luvas para trabalhar sob o sol.

Os resgatados não recebiam salário e não tinham acesso a equipamentos de segurança, instalações sanitárias ou local para alimentação.

Eles foram abrigados em uma escola e receberam atendimento médico e social até poderem retornar para casa.

Os pagamentos pelo trabalho também seriam feitos apenas no final da colheita e várias carteiras de trabalho estavam retidas pelo responsável, motivo pelo qual os trabalhadores não tinham condições de ir embora do local".
Ministério do Trabalho e Emprego, em nota

À Justiça, o empregador concordou em pagar R$ 100 mil em verbas rescisórias e em custear a volta dos trabalhadores para casa.

Um valor de indenização por danos morais ainda é calculado pelo Ministério do Trabalho e um inquérito na esfera criminal também foi aberto pela Polícia Federal. O crime de submeter alguém à condição análoga à escravidão pode acarretar reclusão de dois a oito anos.

Pelo menos três trabalhadores precisaram de atendimento médico. Em depoimento, os resgatados informaram que o grupo tinha inicialmente 40 pessoas, mas parte delas desistiu do serviço e conseguiu voltar para casa.