Investigador que trabalhava com escrivã encontrada morta tira licença
Colaboração para o UOL
18/07/2023 13h58
O investigador Celso Trindade de Andrade tirou licença da Polícia Civil de MG em razão de um tratamento de saúde. Ele é apontado pela família de Rafaela Drumond como um dos responsáveis pelos casos de assédio denunciados pela escrivã encontrada morta em junho.
O que aconteceu
A licença foi concedida em 4 de julho, mas foi publicada do Diário Oficial nesta terça-feira. O retorno do investigador está previsto para o início de setembro.
Celso Trindade de Andrade e o delegado Itamar Claudio Netto são apontados pela família de Rafaela como os principais responsáveis pelos episódios de assédio denunciados pela escrivã semanas antes de sua morte.
Em meio ao curso das investigações, eles foram transferidos de unidade duas vezes. Primeiro, foram alocados em Conselheiro Lafaiete e, no dia 12 deste mês, mudaram novamente de cidade: Celso foi para Congonhas, enquanto Itamar seguiu para Belo Vale.
A família de Rafaela Drumond pediu o afastamento da dupla após ter acesso aos áudios e vídeos realizados por ela e enviados ao Sindep-MG (Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais).
Procurada pelo UOL, a Polícia Civil de Minas Gerais esclarece que, "devido ao Código de Ética Médica, não informa os motivos da concessão de licença para tratamento de saúde dos servidores".
Relembre o caso
A escrivã de 31 anos foi encontrada morta pelos pais no dia 9 de junho, em um distrito da cidade de Antônio Carlos, na região de Campo das Vertentes, em Minas Gerais.
Dias antes de sua morte, Rafaela protocolou uma série de denúncias de assédio moral, sexual, pressão psicológica e sobrecarga no ambiente de trabalho ao Sindep-MG (Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais), que confirmou ter recebido as denúncias, mas manteve o conteúdo sob sigilo.
Além das denúncias, áudios em que a vítima detalha episódios de perseguição dentro da instituição, vazados nas redes sociais, motivaram abertura de inquérito para a apuração do caso.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais é possível ouvir um homem que chamando Rafaela de "piranha", e a escrivã afirmando que vai denunciar o caso. Ela afirma que não vai "esquecer" do xingamento e ele rebate: "De tudo que eu falei, ela tá preocupada com piranha. É muita cabecinha fraca".