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Caso Rafaela: Chefes de escrivã achada morta são transferidos de unidade

Rafaela Drummond - Reprodução/Redes sociais
Rafaela Drummond Imagem: Reprodução/Redes sociais

Do UOL, em São Paulo

23/06/2023 19h45Atualizada em 23/06/2023 19h45

Dois policiais que trabalhavam na delegacia de Carandaí (MG) e eram superiores da escrivã Rafaela Drumond foram transferidos de unidade. A Corregedoria-Geral da corporação assumiu a investigação sobre a morte da policial.

O que aconteceu

O delegado e o investigador da cidade foram transferidos para a unidade de Conselheiro Lafaite (MG). A mudança foi publicada no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais desta sexta-feira (23).

Segundo a decisão, o delegado sai de Carandaí "a pedido" do próprio, enquanto o investigador foi realocado a "ex officio", ou seja, por iniciativa da administração pública. A Polícia Civil, porém, disse apenas que "todas as transferências de servidores são realizadas seguindo princípios e critérios legais" e não comentou se a decisão tem relação com a investigação.

As investigações estavam sendo conduzidas pela polícia de Barbacena, no Campo das Vertentes, região onde Rafaela trabalhava.

Em nota, a Polícia Civil justificou a mudança "devido à complexidade da investigação que apura as circunstâncias da morte". Reforçou ainda que "as investigações continuarão sendo conduzidas de maneira isenta e imparcial" e que "a Corregedoria, sediada em Belo Horizonte, apresenta estrutura necessária para dinamizar e concluir os procedimentos instaurados."

A decisão atende às expectativas da família de Rafaela, que cobra investigação imparcial e sem interferência de agentes que atuavam na região onde a escrivã trabalhava. Zuraide Drumond, mãe da policial, implorou pela mudança.

Relembre o caso

Dias antes de sua morte, Rafaela protocolou uma série de denúncias de assédio moral, sexual, pressão psicológica e sobrecarga no ambiente de trabalho ao Sindep-MG (Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais), que confirmou ter recebido as denúncias, mas mantém o conteúdo sob sigilo.

Além das denúncias, áudios em que a vítima detalha episódios de perseguição dentro da instituição, vazados nas redes sociais, motivaram abertura de inquérito para a apuração do caso.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais é possível ouvir um homem que chamando Rafaela de "piranha", e a escrivã afirmando que vai denunciar o caso. Ela afirma que não vai "esquecer" do xingamento e ele rebate: "De tudo que eu falei, ela tá preocupada com piranha. É muita cabecinha fraca".

Centro de Valorização da Vida

Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda especializada como o CVV (Centro de Valorização da Vida) e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade.

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