Caso Rafaela: Chefes de escrivã achada morta são transferidos de unidade
Dois policiais que trabalhavam na delegacia de Carandaí (MG) e eram superiores da escrivã Rafaela Drumond foram transferidos de unidade. A Corregedoria-Geral da corporação assumiu a investigação sobre a morte da policial.
O que aconteceu
O delegado e o investigador da cidade foram transferidos para a unidade de Conselheiro Lafaite (MG). A mudança foi publicada no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais desta sexta-feira (23).
Segundo a decisão, o delegado sai de Carandaí "a pedido" do próprio, enquanto o investigador foi realocado a "ex officio", ou seja, por iniciativa da administração pública. A Polícia Civil, porém, disse apenas que "todas as transferências de servidores são realizadas seguindo princípios e critérios legais" e não comentou se a decisão tem relação com a investigação.
As investigações estavam sendo conduzidas pela polícia de Barbacena, no Campo das Vertentes, região onde Rafaela trabalhava.
Em nota, a Polícia Civil justificou a mudança "devido à complexidade da investigação que apura as circunstâncias da morte". Reforçou ainda que "as investigações continuarão sendo conduzidas de maneira isenta e imparcial" e que "a Corregedoria, sediada em Belo Horizonte, apresenta estrutura necessária para dinamizar e concluir os procedimentos instaurados."
A decisão atende às expectativas da família de Rafaela, que cobra investigação imparcial e sem interferência de agentes que atuavam na região onde a escrivã trabalhava. Zuraide Drumond, mãe da policial, implorou pela mudança.
Relembre o caso
Dias antes de sua morte, Rafaela protocolou uma série de denúncias de assédio moral, sexual, pressão psicológica e sobrecarga no ambiente de trabalho ao Sindep-MG (Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais), que confirmou ter recebido as denúncias, mas mantém o conteúdo sob sigilo.
Além das denúncias, áudios em que a vítima detalha episódios de perseguição dentro da instituição, vazados nas redes sociais, motivaram abertura de inquérito para a apuração do caso.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais é possível ouvir um homem que chamando Rafaela de "piranha", e a escrivã afirmando que vai denunciar o caso. Ela afirma que não vai "esquecer" do xingamento e ele rebate: "De tudo que eu falei, ela tá preocupada com piranha. É muita cabecinha fraca".
Centro de Valorização da Vida
Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda especializada como o CVV (Centro de Valorização da Vida) e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade.
O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente.
São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.