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Ronnie Lessa pesquisou CPF de Marielle 2 dias antes de assassinato, diz PF

Do UOL, em São Paulo

24/07/2023 11h45Atualizada em 24/07/2023 12h57

O ex-PM Ronnie Lessa pesquisou o CPF da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) dois dias antes do assassinato dela e do motorista Anderson Gomes, disse o delegado da PF do Rio de Janeiro Guilhermo Catramby.

O que aconteceu?

Segundo a PF, as buscas foram feitas por Lessa na internet. O ex-PM também procurou por informações da filha de Marielle, Luyara Santos, e ficou comprovado que a motivação do crime era a atuação da ex-vereadora na Câmara Municipal do Rio.

Esses novos detalhes foram divulgados hoje pela corporação e pelo MP-RJ. As informações foram detalhadas após uma operação da PF que prendeu o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel e amigo de Lessa.

De acordo com a PF, Lessa descobre o endereço de Marielle na internet dois dias antes do crime (12 de março de 2018) e depois ele faz uma pesquisa no Google de como chegar até o local. Em seus depoimentos anteriores, o policial militar reformado havia informado que nunca tinha feitos buscas com o nome da vereadora.

No dia 14 de março de 2018, Marielle Franco saiu de uma palestra na Casa das Pretas, na Lapa e foi assassinada junto com o motorista Anderson Gomes em uma rua no bairro de Estácio, na região central do Rio. A PF ainda não conseguiu esclarecer se a vereadora estava sendo perseguida desde sua residência.

PF faz nova prisão relacionada a caso Marielle

A PF deflagrou na manhã desta segunda-feira (24) a operação Élpis, com um mandado de prisão preventiva e sete de busca e apreensão no Rio de Janeiro. O alvo preso foi Suel.

Após a operação, o ministro Flávio Dino disse que ela foi possível devido ao acordo de delação premiada de Élcio de Queiroz. Segundo o chefe da pasta da Justiça e Segurança Pública, Queiróz assumiu que participou do assassinato de Marielle com Ronnie.

Suel participou de ações de "vigilância e acompanhamento" de Marielle antes do assassinato, e depois, ajudou a encobertar o crime, disse o ministro.

Caso Marielle

A vereadora do Rio Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes, foram assassinados a tiros, em 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, no Centro do Rio.

Os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos, apontados como autores dos homicídios — o primeiro teria atirado nas vítimas, e o segundo dirigia o carro que emparelhou com o da vereadora. Eles ainda não foram julgados, mas passarão por júri popular, em data ainda a ser definida pela Justiça do Rio.

Ainda não há sinalização sobre quem foi o mandante do crime. O primeiro inquérito, que concluiu a participação de Lessa e Queiroz, não conseguiu definir se eles agiram sozinhos ou a mando de alguém.

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