Caso Marielle: Esposa de Suel foi à casa de Lessa 6 dias depois do crime
Do UOL, em São Paulo
31/07/2023 00h20
Uma gravação exibida pelo Fantástico neste domingo mostrou que a esposa do ex-bombeiro Maxwell Simões, preso por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, foi até a casa de Ronnie Lessa seis dias depois do crime.
O que aconteceu:
Na portaria de Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos, Aline fala com o filho dele pelo interfone, mostrou o Fantástico. "Eu queria conversar com a sua mãe porque eu queria pedir uma ajuda pra ela, um momento de desespero meu, por isso que eu tô pedindo se eu poderia falar com ela. Não fala pro seu pai que eu tô aqui não, só fala pra sua mãe".
Aline Siqueira também é investigada pela polícia. À TV Globo, após visitar o marido preso, ela disse que Maxwell é inocente.
No dia da morte da Marielle ele estava comigo. Eu tinha ido para um médico. O que eu estou dizendo para você eu também tenho prova. Não sei do carro. E se eu soubesse que ele realmente matou, a primeira coisa que eu ia fazer era largar ele.
Aline Siqueira, esposa de Maxwell Simões
Ao Fantástico, a defesa do casal disse que Maxwell não tem participação no crime e que o áudio da esposa dele na portaria de Ronnie não possui qualquer conexão com o caso.
Por que Suel é suspeito?
Maxwell Simões Corrêa teria, segundo investigação do Ministério Público, atuado para obstruir as investigações sobre o assassinato. Em março deste ano, o ex-bombeiro foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro a seis anos e nove meses de prisão. Ele cumpria pena em regime aberto.
Segundo o MP, Suel teria ajudado Ronnie Lessa a esconder armas em um apartamento na zona oeste do Rio de Janeiro.
O ex-bombeiro foi preso após delação do ex-PM Élcio de Queiroz. Em 2019, ele confessou participação no crime e apontou Ronnie como o autor dos tiros, disse o ministro da Justiça, Flávio Dino.
Ele foi transferido para a Penitenciária Federal de Brasília na terça-feira (25), segundo informou a Polícia Federal. A decisão foi da 4ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.
Caso Marielle
A vereadora do Rio Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes, foram assassinados a tiros em 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, no Centro do Rio.
Os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos, apontados como autores dos homicídios — o primeiro teria atirado nas vítimas, e o segundo dirigia o carro que emparelhou com o da vereadora. Eles ainda não foram julgados, mas passarão por júri popular, em data ainda a ser definida pela Justiça do Rio.
Ainda não há sinalização sobre quem foi o mandante do crime. O primeiro inquérito, que concluiu a participação de Lessa e Queiroz, não conseguiu definir se eles agiram sozinhos ou a mando de alguém.