Vice-presidente nacional do PT recebe família de Domingos Brazão em Maricá
Do UOL, em São Paulo
09/01/2025 19h14Atualizada em 09/01/2025 21h17
Vice-presidente nacional do PT, o prefeito de Maricá Washington Quaquá divulgou nas redes sociais uma foto com a esposa e os filhos de Domingos Brazão —apontado pelas investigações como mandante do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco em 2018.
O que aconteceu
"Não há sequer uma prova contra eles", afirma Quaquá na legenda da foto. Na imagem, aparecem Alice Paiva (esposa de Brazão), Kaio Brazão (enteado de Brazão) e outras pessoas. Nas eleições de 2024, Kaio concorreu sem sucesso a uma vaga na Câmara de Vereadores do Rio pelo Republicanos.
Clã foi "condenado pela mídia", segundo Quaquá. "A realidade é que usaram a família Brazão de bucha de canhão para ocultar, inclusive, o fato de que o assassino brutal esteve um dia depois no condomínio onde moram Bolsonaro e seu filho. Isso foi deixado de lado pela investigação", afirma ele na legenda.
"A verdade tem que ser defendida, até mesmo em honra à memória da Marielle", escreve Quaquá no fim do texto. Em 18 de março de 2018, a vereadora carioca voltava de atividades na região central da cidade quando foi morta a tiros no bairro do Estácio.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, disse que vai acionar a Comissão de Ética dentro do PT contra Quaquá. A irmã de Marielle escreveu nas redes sociais que é "inacreditável ver pessoas se aproveitarem e usarem o nome da minha irmã sem qualquer responsabilidade". Para ela, a postura do dirigente vai contra a do governo e do partido.
No Twitter, Gleisi Hoffmann criticou post de Quaquá. A presidente nacional do PT repudiou "as manifestações de caráter exclusivamente pessoal do prefeito Washington Quaquá" sobre a família Brazão e disse que o partido luta desde o primeiro momento para que a Justiça seja feita por Marielle e Anderson.
Chiquinho e Domingos Brazão foram denunciados como mandantes do assassinato de Marielle. De acordo com a Procuradoria-Geral da República, os irmãos encomendaram a morte da vereadora em função de disputas ligadas à regularização de territórios na zona oeste do Rio.
Irmãos Brazão tiveram prisão preventiva mantida pela Justiça em setembro. A decisão foi proferida por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal.