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Suspeito da morte de PM da Rota no Guarujá gravou vídeo antes de ser preso

Maurício Businari

Colaboração para o UOL, em Santos

31/07/2023 10h09Atualizada em 31/07/2023 16h11

Erickson David da Silva, suspeito de matar o soldado da Rota Patrick Bastos Reis, gravou um vídeo antes de ser preso, pedindo para que o governo de São Paulo pare com a "matança" de supostos inocentes no Guarujá, no litoral do estado.

O que se sabe:

O suspeito é conhecido na região como "Deivinho" e gravou um vídeo antes de ser preso. "Quero falar para o Tarcisio e o Derrite [secretário de Segurança Pública] para de fazer a matança aí, matando uma pá de gente inocente, querendo pegar minha família, sendo que eu não tenho nada a ver. Estão me acusando aí. É o seguinte vou me entregar, não tem nada a ver".

A gravação do vídeo ocorreu pouco depois da Ouvidoria das Polícias identificar dez mortes. Segundo Tarcísio, porém, estão confirmadas oito mortes agora. Moradores da região afirmam à Ouvidoria que policiais prometeram assassinar 60 pessoas em comunidades da cidade.

Após ter gravado o vídeo, Deivinho se entregou ontem à polícia, na zona sul de São Paulo.

O suspeito era procurado e possui três passagens por roubo e uma por formação de quadrilha. Em 2015, ele foi condenado a 5 anos e 4 meses de reclusão em regime fechado.

Segundo as investigações, Deivinho teria matado Patrick Bastos Reis, soldado da Rota, na quinta-feira (27). O policial fazia um patrulhamento na comunidade da Vila Zilda, no Guarujá, quando foi atingido por um tiro no peito.

Defesa nega que suspeito seja o autor do assassinato

O advogado de Deivinho afirmou ao UOL que o suspeito estava perto do atirador, mas que não participou do crime. Segundo Wilton Félix, seu cliente seria usuário e estaria naquele local, no momento do crime, comprando drogas.

O advogado afirmou que Deivinho gravou o vídeo por medo, por "temer represálias" por parte da tropa policial. "Ele se entregou à polícia pelo mesmo motivo e, segundo ele me disse, também para poder provar a sua inocência".

A Secretaria de Segurança Pública informou, por meio de nota, que todas as mortes resultantes de ações policiais estão sendo rigorosamente investigadas pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos e pela Polícia Militar por meio de Inquérito Policial Militar (IPM).

O Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou ontem o pedido de prisão temporária de Deivinho e a audiência de custódia será hoje, às 10 horas, no Fórum de Santos, cidade vizinha ao Guarujá.

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