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Carro suspeito e corpo amarrado: como morte de médico desvendou golpe em MS

O médico Gabriel Paschoal Rossi, de 29 anos, ficou uma semana desaparecido Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Colaboração para o UOL

09/08/2023 11h52Atualizada em 09/08/2023 16h25

Gabriel Paschoal Rossi, 29, encontrado com os pés e mãos amarrados em Dourados (MS), foi torturado e morto por cobrança de dívida de cerca de R$ 500 mil. Segundo a Polícia Civil, o médico fazia parte de um esquema de estelionato.

O que se sabe sobre o golpe?

Rossi fazia parte de um esquema de estelionato integrado por Bruna Nathalia de Paiva. Segundo a polícia, ela é apontada como amiga do médico e mandante do crime.

A quadrilha era especializada em clonagem de cartão e golpe no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), de acordo com informações do jornal local Diário Digital.

A relação de Rossi com a prática do golpe era mediada pela suspeita. Segundo o jornal O Globo, ele recebia documentos dela por meio de ações fraudulentas, fazia saques e, desta maneira, tinha retorno financeiro. O repasse de documentos incluía dados de pessoas já mortas.

O delegado Erasmo Cubas, responsável pela investigação, disse que o médico fazia parte do esquema desde a faculdade. No entanto, ele não teria feito "nenhuma condução fraudulenta na atividade de medicina".

A participação dele era de ponta. Ele fazia parte da fraude de cartões e de benefícios de pessoas mortas. Para isso, pegava documentos de terceiros, usava sua foto, e ia até o banco fazer saques, e depois repassava para a quadrilha. Delegado Erasmo Cubas

Os investigadores também consideram a hipótese de que Rossi só mantinha contato com Bruna e, por isso, não sabia da existência da quadrilha, segundo a CNN.

A polícia acredita que o homem ameaçou entregar a integrante da quadrilha caso não recebesse o valor que estaria cobrando, uma dívida de cerca de R$ 500 mil por serviços prestados ao esquema.

Como polícia descobriu envolvimento do médico no esquema?

Amizade e dinheiro. Após colher depoimentos de pessoas próximas a Rossi, a polícia descobriu que ele tinha uma amizade que envolvia dinheiro com uma pessoa de Minas Gerais identificada como Bruna, segundo O Globo.

Inicialmente, uma das linhas de investigação era de que o crime teria acontecido por "motivação passional". No entanto, ainda de acordo com o jornal, os investigadores começaram a considerar a possibilidade de sequestro e homicídio quando descobriram que o celular do médico teria estado em Minas.

Então, a polícia também descobriu que Bruna havia alugado duas estadias em Dourados, para onde foi na véspera do desaparecimento do médico.

Relembre o caso:

Gabriel Paschoal Rossi, de 29 anos, foi encontrado morto e com os pés e mãos amarrados, cerca de uma semana após desaparecer. A última vez que ele tinha sido visto foi no dia 26 de julho, após sair do trabalho no Hospital da Cassems, em Dourados, a 232km de Campo Grande.

Como o médico não compareceu a dois plantões que deveria cumprir, na sexta-feira (28) e no sábado (29), familiares e amigos desconfiaram. A família registrou formalmente o desaparecimento no dia 2 de agosto.

As buscas por Gabriel começaram pelo carro dele, já que o médico estaria conversando com amigos e familiares por mensagens no celular.

Uma mulher ligou para a polícia após desconfiar de um carro parado na frente de uma casa há muitos dias. Ao ver um jaleco dentro do veículo, ela se aproximou da residência e notou cheiro forte e moscas no imóvel.

O corpo de Gabriel já estava em decomposição, em cima de uma cama, e com pés e mãos amarrados. O médico ainda estava com a roupa que usava na última vez que foi visto, e tinha ferimentos na cabeça, segundo informações da polícia. A casa onde o corpo foi encontrado era alugada por temporadas.

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