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Maior intensidade do El Niño: o que deve acontecer com cada região do país

Vítimas são resgatadas de casa inundada após chuvas em Passo Fundo (RS) Imagem: Prefeitura de Passo Fundo/Facebook

Do UOL, em São Paulo

18/09/2023 04h00

A intensidade do fenômeno El Niño deve aumentar a partir do início da primavera, no próximo sábado (23), segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A força do evento deve ir de moderada a forte, causando ainda mais impactos na região Sul, com aumento de chuvas e tempestades. Nas regiões Norte e Nordeste, a tendência é de seca mais severa e aumento dos focos de incêndio.

O fenômeno ocorre a cada 5 ou 7 anos e caracteriza-se pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico equatorial. Com isso, há uma série de alterações, que vão desde a circulação de ventos até a distribuição de umidade, elevando o risco de catástrofes ambientais.

A chuva que já está acima da média no Rio Grande do Sul, por exemplo, vai ser ainda mais acima da média. Por outro lado, a seca no Norte Nordeste vai ser ainda mais intensa. Esses extremos vão continua acontecendo nos próximos meses. Giovanni Dolif, meteorologista do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais)

Rio Passo Fundo (RS) subiu deixando diversas casas embaixo d'agua Imagem: RAFAEL DALBOSCO/ESTADÃO CONTEÚDO

El Niño Leste aumenta intensidade de chuva e seca

Ao longo do ano, o El Ninõ pode se apresentar de duas formas, mas, agora, ele se configurou de maneira mais "potente": o El Niño Leste, que fica mais concentrado na região leste do continente do que na área central do Pacífico. O resultado pode ser uma situação com impactos de maior magnitude nos países da América Latina.

Quando isso acontece, as anomalias de chuva no Sul são maiores e as anomalias de seca no Norte e Nordeste também. De um lado do Brasil é mais seco e, do outro, mais chuvoso. É isso que podemos esperar para a primavera. Giovanni Dolif, meteorologista

O especialista esclarece ainda que o fenômeno não é uma novidade. Na verdade, ele já começou, entre março e abril, com a configuração de um El Niño Leste.

Normalmente a gente só fala El Niño para o público em geral. Mas existem os dois tipos, o central e o leste. Este é um caso de El Niño Leste. Giovanni Dolif, meteorologista

No entanto, o Inmet, por exemplo, não faz essa diferenciação tão detalhada.

Quando a gente está falando do El Niño, já estamos considerando toda essa faixa centro-leste. O aquecimento deve prosseguir pelo menos até o início do verão, que deve ser o auge dele, entre novembro e dezembro. Os impactos devem ir, pelo menos, até o próximo verão. Marcelo Schneider, meteorologista do Inmet

Vista de Muçum, no Rio Grande do Sul, devastada por temporal Imagem: Silvio Avila/ AFP

El Niño Leste não é o único "culpado". Além do Oceano Pacífico ficar com as temperaturas mais amplamente aquecidas, o Atlântico também passa pelo mesmo —as águas ainda mais quentes, segundo especialistas. Com isso, há um risco maior de tempestades, principalmente no Sul, e períodos de seca.

O que deve acontecer com cada região do Brasil?

Nas regiões Norte e Nordeste, a tendência é de seca mais severa e aumento dos focos de incêndio.

Já nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, ocorre o aumento das temperaturas médias e irregularidade nas chuvas. Há uma tendência maior para variabilidades das condições climáticas: ora dias mais secos e quentes, ora com dias de chuva forte e clima ameno.

No Sul do Brasil, as chuvas ficam acima da média, especialmente durante a primavera e o verão, o que pode levar a enchentes e deslizamentos de terra. Além do Rio Grande do Sul, outras áreas podem ser impactadas, como Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

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