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PF faz operação contra desvio de medicamentos para crianças Yanomami

Crise no território yanomami ganhou notoriedade após visita de autoridades do novo governo brasileiro Imagem: GETTY IMAGES

Do UOL, em São Paulo

04/10/2023 12h32Atualizada em 04/10/2023 12h49

A Polícia Federal deflagrou a segunda fase da operação que investiga o desvio de recursos de medicamentos destinados ao povo Yanomami.

O que aconteceu:

A PF investiga suspeitos de lavarem dinheiro oriundo do desvio de medicamentos destinados ao povo Yanomami, que enfrenta uma crise humanitária. Em fevereiro, o governo federal interveio e decretou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional na Terra Indígena Yanomami.

A segunda fase da Operação Yoasi, cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em Boa Vista, expedidos pela 4ª Vara da Justiça Federal em Roraima.

A primeira fase da operação, deflagrada em novembro de 2022, investigou esquema que teria deixado mais de 10 mil crianças Yanomami desassistidas, com entrega de apenas 30% dos mais de 90 tipos de medicamentos adquiridos pelo Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y).

As investigações indicaram a participação de outros suspeitos nos crimes investigados, os quais teriam realizado grandes aportes em empresas suspeitas para dar "aparência de legalidade" aos valores desviados, segundo a PF.

Apenas um dos alvos da operação de hoje é suspeito de ter repassado R$ 4 milhões para uma empresa investigada na Yoasi. O suspeito foi preso na Operação Hipóxia, deflagrada no início de setembro, e que investigou o superfaturamento de oxigênio destinado aos Yanomami.

Operação em 2022

Apenas com relação ao tratamento de verminoses, o esquema criminoso sob suspeita teria deixado 10.193 crianças desassistidas. Segundo a PF, isso resultou "no aumento de infecções e manifestações de formas graves da doença, com crianças expelindo vermes pela boca".

A corporação indicou que a investigação que culminou na operação foi aberta após um inquérito civil conduzido pelo Ministério Público Federal. A Procuradoria apurou notícias sobre a falta de medicamentos para malária e verminoses na Terra Indígena Yanomam e identificou irregularidades como o recebimento do vermífugo albendazol em quantidades inferiores ao adquirido pelo órgão.

O nome da operação faz alusão a uma entidade que, para os Yanomami, é irmão de Omama e responsável pela morte no mundo, informou a PF.

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