Josias: Eleição do Conselho Tutelar mostra ultradireita vivíssima no Brasil
A eleição do Conselho Tutelar de São Paulo, ocorrida no último domingo (1º), mostrou como a ultradireita continua com grande poder de influência. A análise é do colunista do UOL Josias de Souza, que destacou a renovação de 70% do grupo e o perfil conservador dos novos eleitos.
O Brasil vive hoje uma dúvida extrema em relação ao comportamento do bolsonarismo com um Bolsonaro inelegível. Muita gente relaxou, imaginando que a ultradireita arcaica estava com os dias contados. Se essa eleição dos Conselhos Tutelares serviu para alguma coisa, foi para mostrar que a ultradireita está vivíssima no país. O pior é que essa ultradireita politizou um território que não deveria ser politizado. Josias de Souza, colunista do UOL
Ao UOL News, Josias apontou um retrocesso com o resultado das eleições nos Conselhos Tutelares e teme a interferência do fanatismo religioso na assistência às crianças. Ao comentar a cola proibida com candidatos em igreja de São Paulo, o colunista criticou a falta de mobilização da esquerda para participar desse pleito e projeta "atrasos em um ambiente onde deveria haver avanços para proteger crianças no ambiente escolar".
A escola precisa prestar uma assistência laica, acima de partidos, igrejas e confissões religiosas. O que ocorreu foi uma invasão desse território pela ultradireita religiosa. A esquerda olha para o que se passou como alguém que lamenta o fato depois do ocorrido. Isso não resolve. Precisava ter se mobilizado para participar dessa eleição. A ultradireita tratou disso como se fosse uma eleição político-partidária e avançou sobre um território que não comporta essa polarização. Josias de Souza, colunista do UOL
Josias: Show de Soraya e Feliciano prova que a CPI do 8/1 precisa acabar
Ao analisar o bate-boca entre a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) e o deputado federal Pastor Marco Feliciano (PL-SP), Josias concluiu que a CPI do 8/1 tem que terminar. O colunista criticou a CPI por deixar de lado personagens importantes como o general Braga Netto e Jair Bolsonaro para, em vez disso, perder tempo com discussões irrelevantes.
Esse espetáculo serviu para reforçar e potencializar aa impressão de que essa CPI precisa mesmo acabar. Havia um depoente, que financiou atos golpistas e estava em silêncio, e os parlamentares se envolveram nesse debate deprimente sobre botox e desenho das sobrancelhas. Um espetáculo dantesco. Sob a atmosfera de piada, havia um acordo sendo consolidado, que evitou o depoimento do general Braga Netto. Foi cancelado sem nenhum alarde. Josias de Souza, colunista do UOL
Josias: Venda de plasma humano se torna perigo ao introduzir fator mercantil
Josias de Souza criticou a proposta para autorizar a comercialização de plasma humano pela indústria farmacêutica, que avança no Senado. O colunista alertou para os riscos de se mercantilizar algo que deveria ser voluntário e pediu mais campanhas de conscientização da importância da doação de órgãos e de sangue.
É um perigo. Introduz-se um fator mercantil a um processo que deve ser baseado na disposição voluntária das pessoas. Ao mercantilizar a coleta de sangue e de plasma e a doação de órgãos, você submete as pessoas pobres às conveniências médicas dos ricos. O que deveria ser feito é isso: popularizar o assunto e estimular as pessoas para que doem e participem voluntariamente desse processo, e não o mercantilizar. Josias de Souza, colunista do UOL
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