General: Furto de metralhadoras em quartel de Barueri é o maior do Exército
O furto de 21 metralhadoras no Arsenal de Guerra, quartel do Exército em Barueri, na Grande São Paulo, é o maior crime do gênero já ocorrido na força, afirmou em entrevista coletiva o general Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste.
Vieira Gama garantiu ainda que as investigações do Exército estão avançadas e que "em breve" a Justiça Militar deve autorizar prisões cautelares de envolvidos.
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"Pela quantidade e pelo calibre dos armamentos, é sim [o maior furto de armas do Exército]".
General Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste.
O que o Exército diz sobre a investigação
Aos jornalistas, o general afirmou que a principal linha de investigação é que as armas já tivessem sido encomendadas por agentes externos ligados ao crime organizado.
Vieira Gama disse ainda que não houve ação de pessoas de fora do Exército no furto das armas. "Foi uma ação de dentro para fora", garantiu.
Oito armas foram devolvidas por traficantes do Comando Vermelho, na zona oeste do Rio de Janeiro. Outras nove foram encontradas pela Polícia Civil de São Paulo em um lamaçal em uma área de mata em São Roque, no interior paulista.
O IPM (Inquérito Policial Militar) investiga também a possível participação de civis no extravio e comercialização das metralhadoras —armas calibre .50, usadas para abater aeronaves, e 7,62 mm. Civis também serão julgados pela Justiça Militar nesse caso.
O Exército não divulgou quantos suspeitos de envolvimento no furto são investigados no IPM.
O procedimento conduzido pelo Exército para investigar o sumiço das armas prazo de 40 dias para ser concluído, prorrogáveis por mais 20 dias.
O Exército acredita que as quatro armas ainda não recuperadas estão no estado de São Paulo.
Atualmente há entre 40 e 45 militares aquartelados de sobreaviso no Arsenal de Guerra. Contudo, o general esclareceu que eles seguem lá para auxiliar na investigação. A medida não quer dizer que sejam suspeitos de envolvimento.
"No decurso do IPM há necessidade de pessoal para poder colaborar com as diligências que são feitas no decorrer da apuração", disse ele.
Além do IPM, o Exército também abriu processos disciplinares contra cerca de 20 militares do Arsenal de Guerra. Nos procedimentos, será apurado se eles agiram com negligência no controle e fiscalização do armamento da unidade, ainda que não tenham se envolvido diretamente no furto.
Na esfera administrativa, os militares considerados responsáveis podem ser presos por até 30 dias, diz o general.
O Exército não identificou o desvio de outras armas ou de munições nas unidades no Estado de São Paulo. Houve ordem para que todas as unidades militares do estado fizessem uma nova checagem em seus armamentos.