Imagens mostram armas furtadas do Exército em poça de lama em SP
Nove das armas furtadas do arsenal de guerra do Exército em Barueri (SP) e recuperadas pela Polícia Civil de São Paulo na noite de ontem (20) estavam escondidas em um lamaçal numa área de mata, em São Roque, município do interior paulista.
O que aconteceu
Os armamentos recuperados foram cinco metralhadoras ponto 50 e outras quatro de calibre 7.62. Uma equipe do Exército identificou as armas como parte do arsenal.
"Tinha uma espécie de lago que se formou no local e as armas estavam escondidas nesse local", detalhou o secretário de Segurança Pública paulista, Guilherme Derrite. Fotos divulgadas pela Polícia Civil mostram as armas recuperadas sujas.
O colunista do UOL Josmar Jozino já havia adiantado que as armas estavam enterradas. Há menção disso em um diálogo interceptado pela polícia em que comparsas envolvidos no furto ofereceram as armas a um assaltante de bancos. Ele recusou o armamento por causa do péssimo estado de conservação.
Derrite disse que as armas iriam para facções criminosas. "Elas tinham endereço endereço certo. A informação que se tem é que tanto Comando Vermelho quanto PCC seriam os destinatários finais desse armamento", afirmou o secretário.
Como as armas foram recuperadas
A localização das armas aconteceu após um trabalho de inteligência da Polícia Civil. O órgão mapeou as atividades de suspeitos de integrar organizações criminosas e identificou o local onde estava sendo feito o transporte de armamentos.
Os agentes foram recebidos a tiros ao chegarem ao local, uma estrada perto da Rodovia Presidente Castello Branco, segundo Derrite. Ao menos dois homens participaram da ação, mas ninguém foi preso até o momento. Nenhum policial ficou ferido.
Na última quinta-feira (19), outras oito armas furtadas do Exército foram encontradas no Rio de Janeiro. As armas recuperadas foram quatro metralhadoras ponto 50 e outras quatro MAGs. O paradeiro de outras quatro armas ainda é desconhecido.
O Exército ainda investiga se as armas foram furtadas de uma só vez. Segundo o general Vieira Gama, o "lapso temporal" da investigação vai de 6 de setembro a 10 de outubro, período entre as duas inspeções, mas ainda não se sabe como elas foram levadas. Um Inquérito Policial Militar foi instaurado para investigar o sumiço dos armamentos e corre em sigilo.
O comando do Exército trocou o diretor do arsenal de guerra de São Paulo, o tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, nesta semana. A mudança foi publicada no Diário Oficial da União. Para o posto foi nomeado o coronel Mário Victor Vargas Júnior.
Pelo menos três envolvidos no furto foram identificados. O número exato e os nomes não foram divulgados.
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