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Marinha usa blindado levado ao Haiti e 'anfíbio' de 20 t em ação nos portos

Conhecidas como Piranha, as viaturas de 18 toneladas servem para transporte de pessoal Imagem: Marinha do Brasil/Flickr

Do UOL, em São Paulo

07/11/2023 04h00

A Operação de GLO (Garantia de Lei e da Ordem), que começou ontem no Rio de Janeiro e em São Paulo, conta com 120 equipamentos da Marinha.

O que aconteceu

Blindado usado no Haiti faz parte da operação. Conhecidos como Piranha, os veículos de 18 toneladas para transporte de pessoal integraram a Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti, em 2005 — da qual o Brasil fez parte. São feitos na Suíça e já participaram de GLOs no Rio.

Carros anfíbios de quase 20 toneladas também integrarão a operação. Veículos para comando e transporte de pessoal comprados pela Marinha entre 1986 e 2018 estão listados para participar da GLO. Servem para levar soldados do navio para a terra, além de oferecer proteção blindada e aumentar o poder de fogo.

Ação deve mobilizar cinco tipos diferentes de embarcações. De acordo com comunicado da Marinha, serão aproveitados navios de apoio oceânico, navios-patrulhas, lanchas, embarcações de casco semi-rígido e motos aquáticas. Em alguns casos, como no de navios-patrulhas, seis veículos do mesmo tipo irão ao mar.

Operação atuará em três portos

Itaguaí (RJ), Rio de Janeiro (RJ) e Santos (SP) receberão os militares. Também estão previstas ações nas baías de Guanabara e de Sepetiba, ambas no Rio. A GLO, autorizada pelo presidente Lula (PT), visa "combater o tráfico de drogas e de armas, entre outros crimes" e vale até 3 de maio de 2024.

A previsão é que 1.900 militares sejam mobilizados. Só o Porto de Santos deve receber 350 fuzileiros navais, que embarcaram no navio patrulha oceânico Apa no sábado (4). Outros 750 militares serão distribuídos entre os portos do Rio e de Itaguaí.

Aeroportos e fronteiras receberão "ações preventivas e repressivas". Com a GLO, os militares ganham poder de polícia para atuar nos portos e nesses locais.

O que disseram

Esta operação tem dois aspectos que a diferenciam das anteriores. O primeiro é o que podemos chamar de uma GLO do Mar, acontece com ênfase no mar e nos portos, ao contrário de todas as outras que ocorreram. O segundo é o forte caráter interagências, pois só acontece com a cooperação e participação da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, da Receita Federal e dos demais órgãos envolvidos com o controle dos portos e das águas interiores.
Renato Ferreira, vice-almirante e comadante da área de operações

Em regime normal, se a Marinha detecta, em um contêiner, um pacote, uma droga, ela não pode intervir, tem de entregar à Polícia Federal. Com a GLO, vamos poder intervir. A mesma coisa no aeroporto, a Aeronáutica não podia abrir a bagagem, [agora,] podemos ajudar a PF.
José Múcio, ministro da Defesa, ao divulgar a medida na quarta (1º)

A GLO anunciada incide sobre áreas federais, Lula não queria GLO em ruas e bairros.
Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, ao divulgar a medida na quarta (1º)

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