Conteúdo publicado há 6 meses

TJ de Goiás suspende desembargador que pediu fim da Polícia Militar

O Tribunal de Justiça de Goiás suspendeu temporariamente do cargo o desembargador que defendeu o fim da Polícia Militar durante um voto. A decisão foi tomada hoje pelo Órgão Especial do TJ-GO.

O que aconteceu

O afastamento ocorre até que se decida se o desembargador será alvo de processo administrativo disciplinar, quando o colegiado examinará novamente a questão.

Para o órgão, Adriano Roberto Linhares Camargo emitiu opinião pessoal durante voto oral em sessão de julgamento no dia 1º de novembro. Por esse motivo, sua conduta será avaliada.

O desembargador continua recebendo salário e benefícios. Se houver abertura de processo administrativo, Camargo terá 10 dias para apresentar sua defesa.

Governador e PM de Goiás criticaram declaração

Os desembargadores analisavam um caso envolvendo policiais durante uma abordagem. Antes de defender o fim da corporação, o desembargador citou "recorrentes abusos" da polícia longe de bairros nobres.

Camargo disse também que os agentes — no caso analisado — não tinham autorização para entrar na casa das pessoas abordadas.

Aqui vai uma reflexão pessoal: para mim tem que acabar com a Polícia Militar e instituir uma forma diferente de atuação na área da investigação e repressão ao crime"
Adriano Roberto Linhares Camargo, desembargador

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), definiu Camargo como alguém que "se intitula desembargador" e criticou a declaração feita durante o julgamento. "[Ele] faz as maiores agressões e sem dúvida nenhuma pratica um verdadeiro crime contra a Polícia Militar do Estado de Goiás", afirmou.

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O governador cita o artigo 144 da Constituição Federal em que prevê a criação da PM. "Neste momento que você pede a extinção da Polícia Militar do Estado de Goiás, você está atentando contra o Estado democrático de direito ou você está cooptado por outras forças de crime contra o nosso estado", afirmou Caiado.

Em nota, a PM disse repudiar os comentários "inaceitáveis e desrespeitosos" que "ousaram questionar" o papel da corporação. "Estamos sempre dispostos a um diálogo construtivo e a um constante aprimoramento na implacável batalha contra a criminalidade", afirma.

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