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Presidente da CPTM diz que polícia investiga aumento de atestados em greve

Do UOL, em São Paulo

28/11/2023 09h17Atualizada em 28/11/2023 09h57

Sem apresentar provas, o diretor-presidente da CPTM, Pedro Tegon Moro, afirmou, nesta terça-feira (28), que a polícia de São Paulo investiga o aumento de atestados médicos apresentados por servidores públicos que aderiram à paralisação.

O que aconteceu

Moro disse aumento o número de funcionários que não aderiram à greve — mas sem especificar a comparação. "Já entenderam que não é o caminho", declarou, em entrevista no Palácio dos Bandeirantes.

Mas alguns [funcionários] que estão aderindo à greve estão emitindo uma série de atestados médicos. Tivemos um aumento de cinco vezes de atestados médicos em comparação a greve passada, isso é alvo de uma investigação.
Pedro Tegon Moro, diretor-presidente da CPTM

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Ele disse que foram apresentados 87 atestados até as 8h30 de hoje. Segundo ele, na última paralisação, no dia 3 de outubro, foram 232 documentos do tipo.

O diretor afirmou que a linha 7 da CPTM, entre os trajetos que vão da estação da Luz, no centro, à Caieiras, na região metropolitana, funciona parcialmente, e que a linha 10 está parada. Segundo ele, o trajeto atende 70% da demanda. "Essas duas linhas são representadas por um sindicato e temos a maior adesão de maquinistas. Por isso, não conseguimos operar."

Moro disse também que a linha 11 funciona parcialmente até a estação Guaianases, na zona leste. "Devemos aumentar esse trajeto ao longo do dia com a entrada de novos colaborares". De acordo com ele, as linhas 12 e 13 funcionando normalmente.

O UOL procurou a Secretaria da Segurança Pública, mas até a publicação da reportagem não obteve retorno.

Governo diz que privatizações vão continuar

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que a greve "não tem pauta" e que o objetivo é desgastar o governo. Segundo o governador, as privatizações "são um compromisso" assumido por ele durante a campanha eleitoral — e que o tema vem sendo "amplamente" discutido com a população

Tarcísio afirmou que a decisão judicial foi descumprida e que isso será apurado. A Justiça determinou que 80% dos funcionários do Metrô, 85% da CPTM e 70% Sabesp devem trabalhar nos horários de pico.

Se as categorias não cumprirem, os sindicatos serão multados em até de R$ 700 mil por dia. Fora do período de pico, 60% dos servidores dos transportes sobre trilhos devem continuar nos seus postos.

Mais uma vez a decisão judicial é descumprida, ela estabelece que quantidade de trabalhadores que tem que trabalhar e a decisão é descumprida. Quando enfrentamos essa situação procuramos a proteção do Judiciário. Tudo tem regra, até a greve, se a decisão do Judiciário não vale como fica?
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo

Governador disse ainda que o maior problema ocorre no Metrô. Segundo ele, a Sabesp segue operando normalmente e, na CPTM, quase todos os servidores escalados compareceram ao trabalho. Os presidentes da Sabesp e do Metrô e o secretário de Transportes Metropolitanos também participaram da coletiva nesta manhã.

Linhas privatizadas operam normalmente. Num discurso semelhante ao adotado na greve ocorrida em 3 de outubro, Tarcísio afirmou que as linhas concedidas à iniciativa privada são as que operam normalmente hoje — o que, na sua avaliação, mostra que o governo está no caminho certo. No entanto, na mesma data, houve uma pane na linha 9-Esmeralda.

Não tem acordo. Não concordar é legítimo, agora esta [a greve] não é a via adequada para manifestar discordância. Não é no caminho do sofrimento que a gente vai chegar a algum lugar.

As desestatizações, os estudos para concessões, não vão parar. Não adianta fazer greve com esse mote. Vamos continuar estudando, vamos continuar tocando, porque nós dissemos que faríamos isso.
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo

Greve unificada é contra privatizações

O sindicato dos trabalhadores do Metrô de São Paulo anunciou adesão à greve unificada na semana passada. A categoria é contrária às privatizações e terceirizações propostas pelo governo paulista.

A categoria alegou que pediu a liberação de catracas para que os funcionários continuem trabalhando. Mas a proposta não foi aceita pelo governo, segundo o sindicato.

Os funcionários do Metrô cruzaram os braços três vezes este ano. Uma em março, por reivindicações trabalhistas e duas em outubro, contra o plano de privatizações do estado. Também houve duas ameaças de interromper as atividades.

Em outubro, Tarcísio reafirmou a intenção de privatizar as linhas remanescentes da CPTM e as linhas do Metrô administradas diretamente pela empresa pública. Segundo ele, o objetivo deve ser cumprido até o fim do mandato, em 2025. Outra possibilidade é uma sociedade com o setor privado pela gestão da empresa.

Na greve do dia 3 de outubro, o governador classificou o movimento como "político", "ilegal" e "abusivo". Na ocasião, a Justiça do Trabalho determinou 100% de operação nos horários de pico, mas as categorias descumpriram a decisão.

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