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Com onda de 'justiceiros', vendedor é agredido no Rio: 'Não preciso roubar'

Matheus Almeida é vendedor de balas e relatou ter sido agredido em Copacabana, na zona sul do Rio Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

06/12/2023 22h26Atualizada em 06/12/2023 23h09

Um vendedor de balas disse ter sido agredido após ser confundido com um ladrão nesta quarta-feira (6) em Copacabana, na zona sul do Rio. A agressão ocorre em meio à onda de "justiceiros" que estão saindo às ruas do bairro para espancar suspeitos de roubos.

O que aconteceu:

Matheus Almeida relatou que estava trabalhando quando decidiu vender balas próximo a um restaurante do bairro. O relato foi ao RJ2, da TV Globo.

Ele alega ter sido surpreendido por um garçom do estabelecimento, que o atingiu com diversos socos. O nome do restaurante não foi divulgado.

Na entrevista, é possível notar o rosto de Matheus inchado e com marcas roxas em razão das agressões. Diversos populares e uma viatura da Polícia Militar estavam próximos ao rapaz.

O UOL entra em contato com a Polícia Militar para saber se o vendedor de balas registrou a ocorrência.

Sou pai de família, estou desempregado. Eu trabalho aqui, honestamente. Eu sou trabalhador, todo mundo sabe. Olha como eu me visto, não sou mendigo, não sou 'cracudo'. Eu saí lá de Santa Cruz [bairro], tenho uma filha, uma esposa e preciso levar alimentação para casa. Não preciso roubar nada de ninguém. Meu negócio é trabalhar.
Matheus Almeida, vendedor de balas

Polícia Civil investiga 'justiceiros'

Vídeos que mostram homens prometendo espancar suspeitos de crimes foram publicados nas redes sociais na noite de ontem.

Em uma das imagens, é possível ver que os membros do grupo tentam esconder o rosto e gritam que "zona sul só tem playboy".

Em outro vídeo, um jovem negro aparece ensanguentado. Também é possível ver uma correria registrada entre os bairros de Botafogo e Laranjeiras, segundo publicações nas redes sociais.

Conversas em redes sociais também mostram pessoas prometendo levar paus e até mesmo um soco-inglês para espancar quem consideram infratores nas ruas.

A Polícia Civil afirmou que tomou conhecimento do ocorrido e disse que faz diligências para identificar os envolvidos e esclarecer os fatos. A informação foi dada em nota enviada ao UOL.

Secretário de Segurança diz que pasta monitora os suspeitos. "A SSP e as polícias não serão condescendentes", disse Victor Santos em entrevista à GloboNews.

Violência no Rio

Em um dos casos recentes de violência registrados no bairro, um idoso foi agredido e acabou desacordado após ajudar uma vítima de assalto na avenida Nossa Senhora de Copacabana.

Câmeras de segurança gravaram a movimentação e mostraram que ele também teve os bens levados por um grupo quando estava caído no chão.

Outro caso terminou na morte de Leonardo Alves Quintanilha, 28, espancado durante um assalto em um ponto de ônibus no centro do Rio.

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