O que é a cassiterita, foco de investigação da PF que mira Alexandre Pires

A Polícia Federal investiga o cantor Alexandre Pires e empresários por suspeita de envolvimento em um esquema que movimentou R$ 250 milhões com garimpos ilegais em terras Yanomami. A investigação foi aberta no ano passado, depois que a PF apreendeu quase 30 toneladas de cassiterita extraída ilegalmente.

O que é cassiterita?

A cassiterita é um dióxido natural e o principal minério do estanho, metal que se tornou muito valorizado quando se intensificou sua aplicação na fabricação de smartphones, tablets e telas de celulares.

Seu nome vem do grego kassiteros, que significa justamente "estanho". O estanho entra na composição de placas de circuito eletrônico, reveste internamente embalagens de enlatados, além de ter também aplicação na agricultura, como componente de fungicidas.

É encontrada na forma de rocha bruta, geralmente na cor castanha ou preta. Ela costuma ser vendida na forma de um pó concentrado, obtido após o processo de mineração.

Devido ao seu alto valor, o minério é conhecido como "ouro negro". No mercado internacional, a tonelada do material já superou os US$ 40 mil —cerca de R$ 200 mil.

Em muitos garimpos ilegais, a extração de cassiterita é feita durante a prospecção do ouro, metal mais valioso. A Constituição Federal proíbe garimpo em terras indígenas.

Durante a pandemia, com o aumento no uso de celulares e tablets, além do maior consumo de enlatados, a demanda pela cassiterita aumentou. A guerra entre Rússia e Ucrânia, países que exportam o minério, também agravou o cenário de escassez e elevou os preços.

Apenas nos anos de 2021 e 2022, cerca de 700 mil toneladas de cassiterita foram enviadas para o exterior de forma ilegal, segundo relatório em posse do Ministério Público Federal (MPF). Só a Polícia Rodoviária Federal apreendeu mais de 200 toneladas do mineral procedente da Terra Yanomami, em Roraima, nesse mesmo período.

*Com Estadão Conteúdo

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