Rodízio secreto: como é operação que transferiu Beira-Mar e Marcinho VP
Do UOL, em São Paulo
17/01/2024 12h36
Um dia um preso considerado de alta periculosidade acorda e existe toda uma operação para transferi-lo para um presídio em outro estado. Essa é uma definição do rodízio custodiado, realizado pela PPF (Polícia Penal Federal), e que teve como alvo recente Fernandinho Beira-Mar (Luis Fernando da Costa) e Marcinho VP (Márcios dos Santos Nepomuceno).
O que aconteceu
A PPF fez uma operação em 11 de janeiro de rodízio de custodiados, que tinha como alvo pessoas ligadas ao Comando Vermelho, do Rio de Janeiro, e outras facções.
Ao todo, 11 detidos foram movimentados de cadeias na Operação Próta - iniciativa leva esse nome, que significa "primeiro" em grego, ao fazer referência ao primeiro preso a ser alvo desse rodízio há quase 20 anos — no caso, Fernandinho Beira-Mar.
Operação de transporte exigiu mais de 100 homens da PPF, entre pessoas que participaram da escolta a gente que trabalhou no transporte aéreo dos presos.
A mudança de local de detidos é uma estratégia com o objetivo de desarticular organizações criminosas por meio do rodízio de presos entre penitenciárias federais. Na prática, é evitar que essas pessoas estejam juntas no mesmo local e trabalhem na articulação de soltura de outros prisioneiros e planejem possíveis atentados contra agentes públicos.
Senappen (secretaria que cuida de prisões federais) diz que realiza a operação há 17 anos, e que nesse tempo não houve registro de fuga, rebelião ou entrada de materiais ilícitos. Esta envolvendo membros da facção criminosa do Rio de Janeiro é a primeira feita neste ano.
No caso dos detentos citados, Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP tiveram destinos opostos. O primeiro foi do Mato Grosso do Sul para Rio Grande do Norte, enquanto o segundo foi do Rio Grande do Norte para o Mato Grosso do Sul.