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Suspeito de matar enfermeira grávida de oito meses é preso no ES

Íris Rocha de Souza estava grávida de 8 meses Imagem: Arquivo pessoal

Do UOL, em São Paulo

18/01/2024 15h53Atualizada em 19/01/2024 16h39

A Polícia Civil do Espírito Santo prendeu nesta quinta-feira (18) o suspeito pelo assassinato da enfermeira Íris Rocha de Souza, que estava grávida de oito meses. O corpo da vítima foi encontrado em uma estrada de Alfredo Chaves no último dia 11.

O que aconteceu

Cleilton Santana dos Santos vai responder por feminicídio, aborto e ocultação de cadáver. Ele negou o crime em depoimento à polícia na noite de quinta-feira (18).

O homem foi preso em um carro com o advogado. A Polícia Rodoviária Federal cumpriu o mandado de prisão no início da tarde de hoje. O advogado disse à polícia que o suspeito se entregaria, mas ele foi encontrado provavelmente no caminho da delegacia. A polícia reforçou que eles não estavam fugindo.

A polícia encontrou provas de que o suspeito esteve no local onde estava o corpo. Desde que os agentes conseguiram provas técnicas de que o homem esteve na região, começaram a acompanhar os passos do suspeito. Foram expedidos mandados de busca e apreensão e de prisão.

Ontem à tarde os policiais foram à casa do suspeito no bairro De Lourdes, em Vitória. Um veículo foi apreendido, que provavelmente foi usado para cometer o crime. Ele contratou uma lavagem para o carro. A perícia ainda será feita.

Cleilton confirmou ter arma de fogo. O suspeito afirmou que é registrado como CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) e que a arma, carregador e munições ficavam em cofre apreendido pela polícia na casa dele. Os policiais também apreenderam um emblema da PM, que, segundo a polícia, ele utilizava para mentir e se identificar como policial.

Depoimento do suspeito

Cleilton disse à polícia que não matou Íris e que nunca a agrediu. O suspeito falou sobre o namoro dos dois e disse que o relacionamento terminou em outubro de 2023, mostrou a TV Gazeta, que teve acesso ao teor da oitiva, realizada nesta quinta-feira (18).

Ele também afirmou que não via a enfermeira havia três meses. O suspeito afirmou que nos dias 10 e 11 de janeiro estava em casa com a irmã dele e que, à noite, trabalhou como motorista de aplicativo.

A polícia, porém, encontrou provas de que Cleilton esteve no local onde estava o corpo. Desde que os agentes conseguiram provas técnicas de que o homem esteve na região, começaram a acompanhar os passos dele.

"Nós encontramos no bolso dela, também, uma nota fiscal de um supermercado de Vitória, onde ela foi às 8h, no dia anterior do corpo ser encontrado. De qualquer forma, nós temos a prova de que o veículo dele se encontrava lá no local", explicou a Maria da Glória Pessotti.

A defesa de Cleilton disse que a investigação está em fase inicial e que, por isso, "qualquer dedução sobre a autoria do crime é precipitada". "O investigado está colaborando com a investigação, fornecendo as chaves do veículo, senha do cofre e se colocando à disposição para coleta de material biológico. Sendo assim, aguardamos a conclusão do inquérito para maiores esclarecimentos", afirmou o advogado Rafael Almeida.

Relacionamento abusivo

Íris e o suspeito viveram um relacionamento abusivo. Em um boletim de ocorrência registrado em outubro, a enfermeira relatou agressões e ameaças com armas. Ela contou que o suspeito controlava a vida dela, dizendo como ela deveria se vestir e com quem falar, segundo a polícia. A delegada do caso acredita que Ísis tenha retomado contato com ele após o término por causa do bebê.

O boletim registrado por Íris não foi tramitado. Na época, estava sendo implementado um novo sistema da polícia junto ao poder judiciário, o que causou a falha de comunicação. O delegado-geral da Polícia Civil afirmou que a Corregedoria deve apurar o ocorrido.

Íris foi encontrada com marcas de tiros e com o corpo coberto de cal. A enfermeira foi encontrada por um policial militar de folga em uma estrada que liga Matilde a São Bento de Urânia. A identificação da vítima só foi feita quatro dias após o crime.

Ela estava grávida de 8 meses. O quarto da filha Rebeca já estava sendo preparado pela família, que a aguardava para o dia 20 de fevereiro. A jovem também deixa um filho de oito anos, de seu primeiro relacionamento.

O suspeito foi preso pelos policiais da Delegacia de Alfredo Chaves. Diversas delegacias do Espírito Santo, a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social e outras instituições trabalharam em conjunto para colaborar com a prisão.

O governador do ES comentou a atuação dos agentes. "Resposta rápida e eficiente das nossas forças policiais comprovando que esse crime cruel, assim como qualquer crime, não será tolerado e será combatido com rigor", escreveu Renato Casagrande (PSB) no X.

A investigação

A Polícia Civil descartou a possibilidade de envolvimento do PM que encontrou o corpo com a morte da jovem. "De acordo com as investigações, não há indícios de participação de nenhum servidor que pertença ao quadro da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES)"

A jovem morava em Jacaraípe, no município de Serra, região metropolitana de Vitória, a 120 km de onde o corpo foi achado. Os parentes não sabem explicar o que a jovem foi fazer na cidade, sendo que não conhecia ninguém na localidade.

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