Corpo com cal e mata-leão: o que se sabe sobre enfermeira morta no ES
![Íris Rocha de Souza estava grávida de 8 meses Íris Rocha de Souza estava grávida de 8 meses](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/6d/2024/01/16/iris-rocha-de-souza-estava-gravida-de-8-meses-1705419512626_v2_900x506.jpg)
Uma enfermeira de 30 anos foi encontrada morta com marcas de tiros, em uma estrada de chão da cidade capixaba de Alfredo Chaves (ES). Íris Rocha de Souza, grávida de 8 meses, estava com o corpo coberto com cal, e a identificação só foi feita quatro dias depois do crime.
O que aconteceu
Policiais foram acionados para verificar a informação de que um corpo havia sido encontrado. O corpo foi localizado em Iracema, no município de Alfredo Chaves, na estrada que liga Matilde a São Bento de Urânia, por volta das 11h40 de quinta-feira, 11.
A equipe achou o corpo de uma mulher com marcas de tiro às margens da estrada. O corpo foi achado por volta das 14 horas daquele dia e, segundo testemunhas, um policial militar de folga foi quem encontrou a vítima e acionou outros colegas militares.
O corpo estava coberto com cal —o que dificultou a identificação da vítima. Os peritos só conseguiram checar a identidade depois que os investigadores encontraram, perto do corpo, um cartão de banco com o nome dela.
A família reconheceu o corpo de Íris no SML (Serviço Médico Legal), em Cachoeiro de Itapemirim, na tarde de ontem. Ela foi velada e enterrada na manhã de hoje, no cemitério Jardim da Paz, no município da Serra (ES).
A Polícia Civil descartou a possibilidade de envolvimento do militar que viu primeiro o corpo com a morte da jovem. "De acordo com as investigações, não há indícios de participação de nenhum servidor que pertença ao quadro da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES)".
Morte a 120 km de casa
A jovem morava em Jacaraípe, na Serra, região metropolitana de Vitória, a 120 km de onde o corpo foi achado. Os parentes não sabem explicar o que a jovem foi fazer na cidade, sendo que não conhecia ninguém na localidade.
Ela estava grávida de 8 meses. O quarto da filha mais nova, Rebeca, já estava sendo preparado pela mãe e a família. A jovem também deixa um filho de 8 anos de idade, de seu primeiro relacionamento.
Íris namorava, até o ano passado, um policial militar, de 27 anos. Familiares e amigos relataram que o relacionamento deles era conturbado e marcado por brigas.
Ela registrou um boletim de ocorrência há três meses contra o ex e relatou um golpe de mata-leão. No documento, ao qual o UOL teve acesso, Íris relatou que durante uma discussão ela omitiu uma informação sobre o trabalho, e o companheiro ficou irritado e teria dado o golpe nela, na própria cama. Ela desmaiou e acordou com o nariz sangrando. Na época, ela pediu uma medida protetiva. Amigos disseram que, nos últimos meses, o PM a estava perseguindo.
A enfermeira foi lembrada pelos familiares como uma mulher doce e prestativa. Segundo os parentes, ela sempre buscou ajudar as pessoas.
Íris se formou em enfermagem em 2020, pela Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo). E começou a fazer, no ano passado, uma pós-graduação em ciências fisiológicas na mesma instituição. A universidade lamentou o ocorrido.
A Administração Central comunica com pesar o falecimento da mestranda. Íris também era filha da servidora aposentada Márcia Rocha, que durante muitos anos atuou na Superintendência de Comunicação da Universidade. Em nome de toda a comunidade, a Administração manifesta sua solidariedade aos familiares e amigos.
Ufes, em nota
Polícia investiga o caso
O caso é investigado na Delegacia de Polícia de Alfredo Chaves. Foi aberto um inquérito para tentar descobrir o que teria motivado a morte da enfermeira. "Para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será repassada" afirmou o órgão em nota enviada ao UOL.
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