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Polícia encontra remédios para yanomamis vencidos e abandonados em Roraima

Remédios destinados aos yanomamis encontrados em casa abandonada Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

01/02/2024 14h58Atualizada em 01/02/2024 15h26

Diversos remédios que seriam destinados ao povo indígena Yanomami foram encontrados pela Polícia Civil de Roraima em uma casa abandonada no bairro de São Francisco, em Boa Vista.

O que aconteceu

Os medicamentos estavam vencidos, segundo nota da Polícia Civil divulgada nesta quinta-feira (1).

Os policiais encontraram os remédios enquanto investigavam denúncias de tráfico de drogas no bairro.

"Nas buscas no local, constatamos que os medicamentos eram destinados ao DSEI [Distrito Sanitário Especial Indígena] Yanomami. Eram muitas caixas, com diversos medicamentos, muitos vencidos desde 2021", disse a delegada Magnólia Soares, da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública.

A PF (Polícia Federal) foi acionada pelos policiais civis.

Nas imagens divulgadas pela Polícia Civil, é possível ver várias unidades do antibiótico amoxicilina e do antifúngico nistatina.

O Ministério da Saúde repudiou o descarte dos remédios "vencidos durante a gestão passada", no governo Jair Bolsonaro (PL). "A pasta irá colaborar com as investigações, fornecendo todas as informações necessárias às autoridades". A pasta também diz que "trabalha no fortalecimento de medidas e ações para a reestruturação dos Distritos Sanitários Indígenas" após "anos de abandono e desmonte da saúde indígena".

O UOL também entrou em contato com a PF e com o Ministério dos Povos Indígenas. Caso haja resposta, o texto será atualizado.

Remédios para yanomamis encontrados em casa abandonada Imagem: Divulgação

Mortes de yanomamis

Mortes de yanomamis continuam em alta. Apesar de ter declarado situação de emergência no território Yanomami no primeiro mês de mandato, o governo Lula (PT) não conseguiu frear a mortalidade do povo indígena em 2023.

O Ministério da Saúde registrou 308 mortes na Terra Indígena Yanomami nos primeiros 11 meses de 2023. O dado mais recente vai até o dia 30 de novembro e não conta os casos de dezembro. Em 2022, segundo a pasta, foram 343 mortes no total.

Novo cronograma de ações. A Justiça Federal de Roraima determinou, no mês passado, que a União apresente um novo cronograma de ações contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami.

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