SC: Polícia não descarta que menina morta pela mãe e padrasto era torturada
Do UOL, em São Paulo
07/03/2024 18h38Atualizada em 07/03/2024 19h25
A Polícia Civil de Santa Catarina não descarta que a menina Isabelle de Freitas, de 3 anos, tenha sido torturada pela mãe e pelo padrasto antes de ser morta em Indaial (SC). O casal confessou o crime e foi preso, segundo a Polícia Civil.
O que aconteceu
Polícia Civil não afasta a possibilidade de a criança ter sido vítima de torturas em ocasiões anteriores. A polícia aguarda os laudos periciais feitos no corpo da menina para também acusar o casal, se comprovado, pelo crime de tortura.
Perícia encontrou múltiplos traumatismos pelo corpo da menina. Ainda não é possível determinar se esses traumas eram antigos ou recentes, declarou o delegado do caso, Filipe Martins, ao Brasil Urgente (TV Bandeirantes), apontando que os laudos periciais poderão identificar quando as lesões teriam ocorrido.
"Cenário macabro" foi encontrado na residência onde Isabelle foi morta, diz delegado. A perícia realizada na residência, com o auxílio de reagentes, encontrou diversos pontos de sangue pelo local.
Casal criou narrativa de possível sequestro para não revelar a verdade. Segundo o delegado, o padrasto chegou a pedir um carro por aplicativo, mas a dupla não entrou no veículo e criou uma versão de que esse motorista poderia ter sequestrado Isabelle. Eles chegaram a trocar mensagens em um aplicativo questionando sobre onde estaria a menina. A dupla foi ouvida por horas e a polícia mostrou que a versão combinada por eles não se sustentava. Então, eles admitiram que cometeram o crime.
Padrasto foi o primeiro a confessar o crime. O homem disse que ele e a companheira agrediram Isabelle "como uma forma de repreender" a menina e que, com o avançar dessas agressões, a criança acabou morrendo e eles decidiram ocultar o corpo. Depois, a dupla acionou a Polícia Militar e forjou a versão do sequestro. O delegado explicou que após a confissão do homem, seguida pela confissão da mãe, os agentes trabalharam para verificar se a versão deles era coerente.
Menino de 7 anos, filho da mãe de Isabelle, estava na casa durante as agressões à menina, diz delegado. A corporação ainda não sabe dizer se a criança presenciou a irmã sendo agredida, mas ele deve conversar com os agentes, posteriormente, na presença de um psicólogo. O Ministério Público tomou as medidas e a criança foi entregue aos cuidados do pai dela.
Os nomes da mãe e do padrasto não foram divulgados pela polícia. Desta forma, a reportagem não conseguiu encontrar as defesas deles para pedido de posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.
Entenda o caso:
O corpo da menina, até então dada como desaparecida, foi encontrado em Santa Catarina. A mãe e o padrasto dela foram presos e confessaram o crime na tarde de quarta-feira (6), após diligências policiais. A informação é a da Polícia Civil de Santa Catarina.
Isabelle de Freitas teve o desaparecimento comunicado na segunda-feira (4) à polícia de Indaial. A mãe dela afirmou que a menina foi sequestrada e levada em um carro. Após ouvir 12 pessoas, investigadores notaram contradições nas narrativas da mãe e do padrasto da menina.
Ao confessar o crime, o casal afirmou que Isabelle morreu após ser agredida por eles. Quando perceberam que ela estava sem vida, eles colocaram o corpo em uma mala e o enterraram nas imediações da BR-470.
Câmeras de segurança da rua da família mostraram o momento em que eles levam e voltam com a mala usada para carregar o corpo. As imagens também foram usadas na investigação.
O padrasto da menina foi responsável por apontar à polícia onde o corpo foi deixado. A casa em que eles vivem também foi periciada e vestígios de sangue foram encontrados.
Morreu de tanto apanhar e o corpo foi encontrado pela Polícia Civil.
Ulisses Gabriel, delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, em publicação no X