Criança morre e chega a 3 o número de mortos com arroz envenenado no Piauí
Do UOL, em São Paulo
06/01/2025 09h18Atualizada em 06/01/2025 11h47
Uma menina de três anos que estava internada após comer arroz envenenado em Parnaíba, no Piauí, morreu nesta segunda-feira (6). Dois outros familiares seguem internados.
O que aconteceu
Número de mortos da mesma família subiu para três. A morte de Maria Lauane Fontenele, 3, aconteceu no Hospital de Urgência de Teresina. Ela sofreu falência múltipla dos órgãos nesta madrugada. Além dela, morreram Manoel Leandro da Silva, 17, e Davi Pereira Silva, de um ano. Manoel morreu durante o socorro e Davi teve óbito confirmado no Hospital Regional Dirceu Arcoverde, na quinta-feira (2).
Estado de saúde das outras duas vítimas que seguem internadas não foi divulgado. A mãe de Maria Lauane, Francisca Maria da Silva, 32, segue internada em um hospital de Parnaíba e a irmã da menina, uma criança de quatro anos, está no hospital de Teresina.
Arroz envenenado causou as mortes, diz laudo. Substância encontrada no chumbinho estava presente na comida, informou a Polícia Científica. Um componente chamado terbufós, também encontrado em pesticidas e agrotóxicos, foi achado no arroz consumido na casa, mostrou o laudo ao qual o Fantástico teve acesso.
Perícia descartou que peixes doados à família estivessem envenenados. O casal que fez a doação foi ouvido pela polícia, mas não é considerado suspeito do crime, já que também doou peixes a outras famílias e consumiu o alimento em casa, sem qualquer problema.
Suspeita é de que o alimento tenha sido contaminado na madrugada. O mesmo arroz que foi consumido no dia 1º pela família foi usado na ceia de fim de ano no dia anterior, quando ninguém passou mal. "Todo mundo dormindo. Tem capacidade de ter entrado alguém aqui e colocado esse veneno nas comidas", afirmou Maria dos Aflitos, matriarca da família, ao programa.
Caso passa a ser investigado como homicídio. Com o resultado do laudo, a Polícia Civil descarta a possibilidade de que as mortes tenham sido naturais ou acidentais.Alguém colocou a substância no arroz no dia primeiro. A gente entende que houve uma intenção de colocar essa substância na comida deles. A gente vai partir para uma investigação de homicídio, descartando morte natural ou acidental.
Abimael Silva, delegado ao Fantástico
Relembre o caso
Um jovem de 17 anos, um bebê de um ano e uma menina de três morreram em Parnaíba, litoral do Piauí, após comerem os restos da ceia de Natal na quarta-feira (1º). Sete pessoas da mesma família também foram internadas, mas quatro já receberam alta.
Familiares apresentaram os mesmos sintomas. Segundo o delegado Abimael Silva, eles tiveram frequência cardíaca abaixo do normal e sudorese intensa, sinais de envenenamento.
Mãe já havia perdido outros dois filhos por envenenamento
Francisca Maria da Silva, mãe do bebê de um ano que morreu, já teve dois filhos mortos por envenenamento. Em agosto de 2024, Ulisses Gabriel e João Miguel, de oito e sete anos, morreram depois de comer cajus envenenados.
A suspeita pelo crime está presa. Segundo a TV Globo, Lucélia Maria da Conceição Silva, 52, que nega o crime, era vizinha das crianças. Ela responde por homicídio qualificado consumado contra os irmãos.
Na época, a polícia apontou que Lucélia entregou um saco de cajus envenenados aos irmãos. As frutas tinham uma substância tóxica semelhante ao chumbinho.
Polícia não confirma se há relação entre os dois casos.