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Ato de mulheres em SP pede legalização do aborto e cessar-fogo em Gaza

Manifestação pelo Dia da Mulher, em São Paulo Imagem: Ana Luiza Cardoso - 8.mar.2023/ UOL

Do UOL, em São Paulo

08/03/2024 23h01

A manifestação pelo Dia da Mulher, em São Paulo, teve críticas ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e às privatizações e pedidos por legalização do aborto e cessar-fogo em Gaza e contra a violência de gênero.

O que aconteceu

Protesto ocorreu na tarde desta sexta (8). Mulheres de diferentes frentes sociais, grupos políticos e movimentos sindicais se reuniram na frente do Masp, na avenida Paulista. A concentração começou por volta das 17h e, às 18h, alcançava três quarteirões, na via no sentido Consolação.

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Sob chuva. Misturaram-se bandeiras com frases como "abaixo genocídio na Palestina" e a favor da legalização do aborto. Participantes entoavam coros contra a privatização da Sabesp, sob a gestão Freitas, e críticas à Operação Escudo, na Baixada Santista, a mais letal desde o Carandiru. Também havia cartazes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Às 18h15, começou uma forte chuva, que acompanhou todo o protesto, até a chegada na Praça Roosevelt, na região central.

Manifestação do Dia da Mulher pede legalização do aborto Imagem: Ana Luiza Cardoso - 8.mar.2024/ UOL

Gleisi Hoffmann foi uma das participantes que discursaram. Em um dos carros de som, a presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann discursou contra a anistia aos que "atentaram contra a democracia no 8 de janeiro" e pediu o fim de "massacres na faixa de Gaza".

Confusão. Durante o percurso, que levou cerca de duas horas, houve confusão entre pessoas com camisas e bandeiras do Partido da Causa Operária (PCO), além de manifestantes com bandeiras do grupo extremista Hamas. Em um momento, um dos trios chegou a ser barrado por um bandeirão do partido e, após confusão, policiais retiraram a bandeira do caminho. Na rua Augusta, novamente houve bate-boca. Manifestantes chegaram a se agredir e foram apartados pela polícia. A manifestação terminou na praça Roosevelt.

Nós queremos que aqueles que atentaram contra a democracia no 8 de janeiro respondam pelos seus crimes, aqui é sem anistia. Estamos na luta para que a democracia viva. Queremos prestar solidariedade ao povo palestino. As mulheres são da paz, chega de guerras, chega de massacres na faixa de Gaza
Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT e deputada federal

Pautas feministas

A administradora sindical Fátima Sandalhel disse que a manifestação deste ano também é pelo fim da violência contra mulheres cis e trans e a população negra e pela punição de golpistas. "São 60 anos do golpe militar e estamos também discutindo a questão do fascismo, que entendemos como crescente no país. Estamos na rua contra o fascismo, pela punição dos golpistas do 8 de janeiro".

[A legalização do aborto] Depende muito da pressão popular e das mulheres organizadas. Existe um conjunto de mobilizações em torno da perspectiva da legalização na América Latina. No Brasil, a situação é complexa por causa do que pensa o Congresso Nacional, mas nós vamos seguir mobilizando em torno desse tema.
Fátima Sandalhel

"Estamos em um projeto de proteção à mulher na periferia", disse Madalena Figueiredo, 72 anos, enfermeira e integrante do coletivo feminista As Queridonas. Com atuação na zona norte de São Paulo, o grupo também é contra a violência institucional e doméstica e a falta de moradia para mulheres.

Wend Oianiyi, gestora cultural, na marcha do Dia da Mulher Imagem: Ana Luiza Cardoso - 8.mar.2024/ UOL

Direitos das pessoas trans, travestir e não binárias. "É interessante que se compreenda que pessoas trans, travestis e não binárias, que são mais próximas ao aspecto feminino, também pertencem a esse espaço", disse Wend Oianiyi, 26, gestora cultural. Ela marchava ao lado da ativista Amanda Paschoal.

Olivia Gurjão, aposentada Imagem: Ana Luiza Cardoso - 8.mar.2024/ UOL

A aposentada Olivia Gurjão, 64, andava pela manifestação com uma bandeira da Bancada Feminista. "Faço parte do movimento de mulheres desde jovem. Em 80, eu já fazia parte", disse.

Hoje se fala com muito mais clareza sobre a liberação do aborto, a necessidade da descriminalização. A questão de aceitar as mulheres, todas, independentemente de serem cis ou trans. Eu sou uma mulher cis, mas respeito as mulheres trans. Todas nós somos mulheres, nossa luta é comum. As opressões que sofremos são as mesmas, e é importante estarmos juntas
Olivia Gurjão, aposentada

Com seu bebê de 11 meses no colo, a doula Mariana Duarte, 31, participou do ato ao lado de outras mães. "A gente tem um Instagram chamado 'Aqui cabe uma criança', que é para juntar bebês e crianças e ocupar espaços em museus, espaços culturais, restaurantes. Aos lugares não aceitam crianças ou restringem a presença delas ao espaço kids, nós mostramos que elas precisam fazer parte da sociedade", disse.

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