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MP denuncia 8 membros do Comando Vermelho por morte de lutador no RJ

Moto de lutador foi encontrada pela polícia Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

27/03/2024 19h00Atualizada em 27/03/2024 19h17

O MPRJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) denunciou oito membros da facção criminosa Comando Vermelho pelo assassinato do lutador de MMA Diego Braga Nunes, 44, em janeiro deste ano. Eles foram denunciados por homicídio doloso (quando há intenção de matar).

O que aconteceu

Promotoria também pediu a prisão preventiva (por tempo indeterminado) dos denunciados por homicídio qualificado. A pena máxima para esse crime é de 30 anos, informou o MPRJ. A denúncia, realizada pela Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital, apontou que a vítima foi morta no Morro do Banco, em Itanhangá, na Barra da Tijuca, no dia 15 de janeiro após tentar recuperar a sua moto que havia sido furtada.

Denúncia aponta que crime foi cometido por motivo torpe. Os promotores alegam que os denunciados suspeitaram que Diego seria integrante de uma milícia rival ao Comando Vermelho.

Vítima foi executada com disparos de arma de fogo e "submetida a uma espécie de 'tribunal do tráfico'". Cercado por criminosos armados, o lutador foi questionado durante 20 minutos, sendo chamado de "miliciano" pelos traficantes e ainda recebeu uma coronhada de fuzil na cabeça.

Uma das qualificadoras foi uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. O MPRJ discorreu que essa qualificadora foi adicionada porque o lutador estava desarmado e em desvantagem numérica em relação "a seus diversos algozes". Outra qualificadora foi o emprego de armas de fogo de uso restrito, incluindo calibre 5,56 (fuzil), além de 9mm. No total, quatro qualificadoras foram imputadas aos denunciados.

Os nomes dos denunciados não foram divulgados pela promotoria. Não há informação se algum deles está detido. Deste modo, a reportagem do UOL não conseguiu encontrar a defesa deles para pedido de posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.

Relembre o caso:

Diego subiu o morro para tentar recuperar a moto dele, que foi levada na madrugada do dia 15 de janeiro. O relato foi feito por parentes deles nas redes sociais. A moto era uma Yamaha XTZ, que foi encontrada um dia depois do crime.

Nas redes sociais, lutador compartilhou um vídeo do furto. "Amigos minha moto foi furtada ontem de madrugada na Muzema, dentro da minha garagem. Compartilhem, por favor, me ajudem a achar esses vagabundos e recuperar minha moto!", escreveu Diego em uma publicação em seu Instagram.

Lutador subiu o morro acompanhado de amigos. O atleta foi pessoalmente ao Morro do Banco para onde sua moto teria sido levada. Apenas o lutador teria sido autorizado a subir para negociar.

Durante a tentativa de resgate da moto, ele foi executado. Ele tinha 44 anos e era o líder da equipe Tropa Thai.

Corpo deixado em uma praça. Amigos e familiares de Diego tentaram entrar no morro, mas foram informados que o corpo dele seria entregue em uma praça próxima ao local. O lutador chegou a ser levado para um hospital da Barra da Tijuca, mas teve morte constatada no local. Durante as investigações, a Polícia Civil chegou a prender três suspeitos — não há informações se eles seguem detido até hoje.

Diego acumulou um cartel de 23 vitórias e oito derrotas, além de um empate, durante sua carreira profissional no MMA. Em seu auge, ele chegou a treinar com Rodrigo Minotauro e Anderson Silva. O filho dele, Gabriel Nunes, também é lutador profissional.

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