Doutor Piroca: suspeitos citados no caso Marielle têm apelidos curiosos
Colaboração para o UOL
28/03/2024 12h42
O relatório da Polícia Federal que investiga o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes traz repetidamente a palavra "vulgo". A expressão é usada para indicar o apelido das pessoas citadas no caso.
Confira alguns deles:
Peixe
Robson Calixto Fonseca, vulgo Peixe, teria intermediado a primeira reunião entre Ronnie Lessa e os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. Assessor do Tribunal de Contas do RJ, ele foi citado na delação de Lessa sobre o crime.
Macalé
Ex-sargento da PM, Edmilson Oliveira da Silva, o Macalé, foi contratado para assassinar a vereadora. Ele foi morto a tiros em Bangu, zona oeste do Rio, em novembro de 2021, e era próximos dos irmãos Brazão desde o começo dos anos 2000.
Suel
O carro usado no crime foi cedido por Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel. Preso, ele é acusado de monitorar os passos de Marielle e também de ajudar no desmanche do veículo.
Orelha
Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha, é dono do ferro-velho que foi responsável pelo desmanche do veículo usado pelos assassinos da vereadora e do motorista. Ele foi denunciado pelo Ministério Público em agosto de 2023 por impedir e embaraçar as investigações do caso. Ele foi preso em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (RJ), em fevereiro deste ano.
Hulkinho
Otalício Antônio Dias Júnior, vulgo Hulkinho, é apontado no documento da PF como o "dono" do terreno que Lessa teria invadido próximo ao Gardênia Azul, atrás do Shopping Uptown. Além disso, ele também teria dado a Suel o carro já clonado, em decorrência do falecimento do seu antigo dono, um miliciano conhecido como Hamburgão —Hulkinho confirmou o relato de Lessa e afirmou que Suel lhe pediu o veículo.
Doutor Piroca
Dois dias antes do crime, em 12 de março de 2018, Lessa disse que estava bebendo uísque com seu amigo advogado André Luiz Fernandes Maia, de vulgo Doutor Piroca, "obcecado para encontrar uma alternativa viável para a execução", segundo o relatório da PF.
Fininho
Ex-PM e miliciano Marcus Vinicius Reis dos Santos, o Fininho, teria cedido a arma do crime junto a Peixe. De acordo com o documento, ele seria a principal liderança local que fazia a interface com a família Brazão.
Pulgão
O relatório aponta Rafael Luz Souza, vulgo Pulgão, como "um dos maiores milicianos do Rio de Janeiro". Ele é um inspetor da Polícia Civil condenado por chefiar uma milícia na zona oeste do Rio e aparece no documento por ser cliente de Homero das Neves, procurador aposentado do Ministério Público do estado e atualmente advogado.
Pepa
Elton Neres da Costa, vulgo Pepa, é acusado de ser um dos chefes da milícia de Curicica, na zona oeste do Rio. Ele teria comprado o carro que pode ter sido o usado no crime.
Renatinho Problema
Renato Nascimento dos Santos, o Renatinho Problema, é apresentado no documento da PF como comparsa do ex-PM Orlando Oliveira de Araujo, o Orlando Curicica. Em depoimento, ele disse "ter a rotina de levar o miliciano (Orlando Curicica) a uma empresa e ao apartamento de Siciliano [Marcelo, vereador], no Recreio."