Após ironia de Tarcísio, relatora da ONU cobra uso de câmera corporal na PM
Do UOL, em São Paulo
19/04/2024 17h56Atualizada em 19/04/2024 17h57
Um mês após o governador Tarcísio Freitas (Republicanos) ironizar a denúncia de violência policial em São Paulo encaminhada à ONU, uma relatora da entidade cobrou, em visita ao Brasil, o uso obrigatório de câmeras corporais nas fardas. Em dezembro, o Tribunal de Justiça paulista suspendeu a obrigação do uso.
O que aconteceu
Relatora da ONU cobra responsabilização por atos de violência policial. Mary Lawlor, que integra o conselho de direitos humanos da organização, redigiu nesta sexta (19) um relatório com recomendações ao governo federal, ao STF e aos governos estaduais de São Paulo, Bahia, Pará e Mato Grosso do Sul. Não há punição prevista se as orientações não forem seguidas.
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Em SP, o documento cobra que as forças de segurança usem câmeras nas fardas e tenham perícia independente. Entidades ligadas aos direitos humanos já questionaram as autoridades pela ausência de imagens de câmeras corporais na Operação Verão, que deixou 56 pessoas mortas de fevereiro a abril deste ano na Baixada Santista.
SSP ainda não se manifestou sobre o caso. O conteúdo com pedido de posicionamento foi encaminhado à tarde pelo UOL para a Secretaria da Segurança Pública. O espaço está aberto para atualizações.
Há um mês, Tarcísio ironizou denúncia de violência policial. Em abril, o governador de São Paulo defendeu o trabalho da PM na Operação Verão e contestou a queixa à ONU — de fevereiro a abril, 56 pessoas foram mortas na Baixada Santista. "Nossa intenção é proteger a sociedade (...) Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com relação ao que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta que eu não tô nem aí", disse.
Representante da ONU também pediu prioridade à demarcação de terras e proteção a defensores dos direitos humanos no país. "Defensores dos direitos humanos estão sob extrema ameaça no Brasil", disse Mary Lawlor.