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PGR pede ao STF que condenações de réus da Boate Kiss sejam restabelecidas

Tragédia na boate Kiss completa 10 anos Imagem: Wilson Dias/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

02/05/2024 11h27Atualizada em 02/05/2024 12h09

A Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal que as condenações dos quatro réus do incêndio na Boate Kiss fossem restabelecidas. As penas estão suspensas desde agosto de 2022, quando o TJ-RS decidiu anular o julgamento.

O que aconteceu

O recurso da PGR foi enviado ao STF nesta quinta-feira (2). O documento pede que as penas de Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, sócios da boate; Luciano Augusto Bonilha Leão, produtor da banda Gurizada Fandangueira e Marcelo de Jesus dos Santos, músico da banda, sejam restabelecidas.

Anulação do julgamento renovou dores das famílias envolvidas nas tragédias, afirmou PGR em documento. No pedido, o Ministério Público afirmou que o julgamento ocorreu com "rigorosa observância de todos os preceitos constitucionais".

O UOL entrou em contato com as defesas dos quatro réus. A defesa de Marcelo de Jesus afirmou que não se manifestaria. O espaço segue aberto para manifestação dos outros advogados.

Mortes ainda impunes

Julgamento foi anulado em 2022. Na ocasião, a Justiça entendeu que irregularidades na condução do processo foram registradas.

O incêndio na casa noturna deixou 242 pessoas mortas e mais de 600 feridas em janeiro de 2013. As chamas tiveram início após o uso de fogos de artifício no interior do estabelecimento e atingiram espumas usadas no teto para isolamento acústico e se espalharam.

O julgamento, que levou nove anos para acontecer, ocorreu em dezembro de 2021 e durou dez dias. Foi o Tribunal do Júri mais longo da história do Rio Grande do Sul.

Na ocasião, os quatro foram condenados por dolo eventual — quando, mesmo sem desejar o resultado, se assume o risco de matar.

Como foram definidas as penas:

Elissandro Spohr, conhecido por Kiko, sócio da boate - 22 anos e seis meses de prisão;

Mauro Londero Hoffmann, sócio da boate - 19 anos e seis meses de prisão;

Luciano Bonilha, produtor da banda Gurizada Fandangueira - 18 anos de prisão;

Marcelo de Jesus, vocalista da banda Gurizada Fandangueira - 18 anos de prisão.

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