'Não sabíamos paradeiro exato': bombeiro de SP fala do resgate de Caramelo
Desde quinta-feira (2), com sua equipe no Rio Grande do Sul, Thiago Régis Franco Almeida, 42, capitão do Corpo de Bombeiros de São Paulo, participou do resgate do Cavalo Caramelo, que ficou ilhado por cinco dias no telhado e atraiu comoção pública. O resgate foi transmitido ao vivo pela televisão.
O que aconteceu
Ao todo, o resgate durou cerca de seis horas e, segundo Almeida, foi uma operação complexa, liderada e operacionalizada por uma equipe de 9 bombeiros do Corpo de Bombeiros de São Paulo, juntamente com veterinários voluntários.
O animal estava a quatro quilômetros do início da enchente, não sabíamos o paradeiro exato, navegamos muito tempo. Fizemos uma aproximação cautelosa e uma contenção mecânica e química com a ajuda dos veterinários. Thiago Régis Franco Almeida
"A maior preocupação, que por estar muito tempo exposto ao risco, pensamos que o animal poderia não resistir, precisávamos ser eficazes na técnica", continua o Capitão.
Resgatado, o animal que estava desidratado, foi levado ao Hospital Veterinário da Ulbra para cuidados especializados. Caramelo já acordou da sedação e deu os primeiros passos ontem (9).
Mesmo com experiência, 'tragédia é única'
Almeida é Policial Militar há 22 anos e integra o Corpo de Bombeiros desde 2011. Em São Paulo, trabalha na Escola Superior de Bombeiros e atende na capital e regiões metropolitanas.
O capitão já participou de outros resgates difíceis e não é a primeira vez que salva animais de grande porte. "Em São Paulo, retiramos um cavalo que estava só com a cabeça para fora da lama", conta.
Temos experiência com esse tipo de resgate, mas a tragédia aqui no Rio Grande do Sul é única. O sentimento de salvar Caramelo é de dever cumprido e está refletindo o que estamos fazendo aqui. Foi muito motivador para todos os bombeiros de São Paulo. Thiago Régis Franco Almeida
"Ficamos tristes com toda a situação, mas temos que estar compenetrados no trabalho. Nosso foco é sempre resgatar e salvar vidas, tem muito a se fazer", diz o capitão.